Apesar das ameaças, presidente do Marselha recusa demissão: "É preciso ser frio..."
Pablo Longoria foi alvo de ameaças numa reunião com representantes de um grupo de adeptos do clube francês, em setembro, mas garantiu que esse momento não o enfraqueceu, pelo contrário
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Pablo Longoria confirmou esta terça-feira que não tenciona deixar a presidência do Marselha, apesar das críticas que recebeu nos últimos tempos, tendo sido até ameaçado durante uma reunião com representantes de um grupo de adeptos da equipa, em setembro.
Na sequência dessa reunião, Marcelino Toral deixou o comando técnico da equipa e chegou a ser noticiado em França que o dirigente iria acompanhar o espanhol e demitir-se, mas Longoria revelou que decidiu continuar após várias reuniões com o dono do clube.
“A partir do momento em que tomei a decisão, depois de muitas conversas com o nosso proprietário, de continuar, estou empenhado a longo prazo. Ameaças? Essa é a primeira condição [para seguir no cargo]. Não o fazer seria irresponsável, injusto, inconsciente e seria uma falta de respeito pela instituição do Marselha”, assumiu, em declarações à rádio RMC Sport.
Garantindo que não se sente “enfraquecido” por esse momento de tensão com os adeptos, que também resultou na demissão do seu braço direito, Javier Ribalta, o presidente do Marselha salientou que o episódio lhe trouxe ainda mais ímpeto para desempenhar o seu cargo.
“Tenho muita energia e muita vontade. É verdade que compreendi muitas coisas que tentava ignorar. É por isso que a minha atitude mudou um pouco, está ligada aos acontecimentos, mas é sempre feita com o objetivo de procurar o bem da instituição e de a proteger, com um nível de compromisso superior ao que tinha no dia 18 de setembro”, frisou.
"Para tornar um clube mais estável, mais sólido e mais forte, é preciso um presidente que seja muito forte, analítico e frio, porque não se pode deixar levar pela tensão do momento e pelos nervos. Isso é exatamente o oposto de um dirigente de um clube de futebol. O presidente do Marselha tem de ser uma pessoa muito analítica e fria para poder tomar decisões que beneficiem o clube, e é nessa direção que queremos ir: aquela que nos permitirá continuar a ser um clube de nível internacional, de nível europeu”, rematou Longoria.
O Marselha, onde alinha o avançado português Vitinha, teve um início de época muito desapontante, sendo eliminado pelos gregos do Panathinaikos na terceira pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões.
À 11.ª jornada da Ligue 1, a equipa, agora orientada pelo italiano Gennaro Gattuso, segue na décima posição do campeonato, com 13 pontos, estando a sete dos lugares de qualificação para a prova milionária, ainda que tenha um jogo a menos do que os adversários diretos.
Já na Liga Europa, o Marselha lidera atualmente o Grupo B, à frente do Brighton (segundo, com sete), AEK de Atenas (terceiro, com quatro) e do Ajax (último, com dois).