ENTREVISTA - João Mota já ganhou a Supertaça da Jordânia e tem mira à conquista do campeonato e Taça do país, na busca de um pleno.
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João Mota é um trota-mundos, sem medo dos territórios, dos riscos e desafios. Tem feito vibrar adeptos do Al Hussein, da Jordânia, e a liderança é cada vez mais confortável. Técnico confidencia alguns debates íntimos com o que é a normalidade, dentro de cada realidade.
Que síntese dos choques culturais pelo mundo fora?
-A cultura do país influencia também a forma de jogar. Em África eles são muito sensíveis a rituais, por exemplo. Na Nigéria chega-se ao balneário e sente-se um cheiro muito estranho e os meus jogadores já ficaram preocupados. Pediram sal e andavam a espalhar pelo relvado, eu não entendia nada do que se estava a passar. No Sudão mataram uma vaca na pista, ao lado do relvado, no dia antes do jogo.
E o Brasil remete para outros domínios?
-São rezas e gritos, eles gostam de falar as coisas, até importantes, mas aos gritos e com palavrões (como se a raiva ganhasse jogos). Cheguei a perguntar se Deus era surdo... Eles enfrentam a adrenalina com muita emoção, é um povo exageradamente emocional.
Promessas e superstições?
-Na Jordânia fazem a reza em árabe, uns mais histéricos e outros mais cerimoniosos. É o retrato social de cada jogador, de personalidades conectadas com vivências desde crianças. É importante agir em conformidade e não perder a liderança.