Antony lamenta críticas "injustas e maliciosas": "A verdade já não interessa"
O extremo brasileiro do Manchester United tem sido muito criticado em campo, numa altura em que ainda não somou qualquer golo ou assistência na presente época
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Antony, extremo do Manchester United, respondeu esta quarta-feira às críticas de que tem sido alvo, numa altura em que ainda não regista qualquer contribuição direta para golo na presente temporada, ao fim de 14 jogos.
Recentemente, o extremo brasileiro, que foi contratado pelo United ao Ajax na época passada, a troco de 95 milhões de euros, foi visado por Andy Cole e Dimitar Berbatov, que disseram que “seria bastante frustrante jogar com ele” e pediram para que parasse de fazer “truques estúpidos que não ajudam a equipa”.
Em resposta, Antony, que só voltou aos treinos no United em finais de setembro, depois de ter sido acusado de violência doméstica por uma ex-namorada, lamentou que esteja a ser alvo do que considera serem críticas “maliciosas e injustas” em contexto digital.
“A pressão está sempre com aqueles que jogam em clubes grandes, especialmente no que toca ao United. A minha vida sempre foi desafiante e eu tive de passar por situações que muitos nem conseguem imaginar. Eu cresci num lugar hostil, onde comer, ter uma boa casa, ter internet e acesso a boa educação eram um privilégio. Eu digo isto em relação às favelas, todas estas coisas eram luxos que só algumas pessoas tinham”, começou por dizer, em entrevista ao “The United Stand”.
“Esse foi um período em que aprendi a lidar com pressão e desafios. A pressão da vida! Hoje em dia, vejo críticas a chegar de antigos jogadores do clube e de outras pessoas nos media, que expressam as suas opiniões sem razão e influenciam milhares de adeptos, às vezes mesmo quando não jogo. Mas nunca os vi a dar críticas construtivas, que me ajudassem a ser um melhor profissional. Nunca nenhum deles me enviou uma mensagem para saber como me sinto, especialmente durante este período de turbulência que estou a atravessar. O “tribunal” digital está a arruinar vidas, os contextos são deixados de lado e a verdade já não interessa”, atirou.
O internacional canarinho frisou ainda que está apenas focado em regressar ao seu melhor nível, tanto ao nível desportivo como mentalmente, voltando a criticar a falta de empatia em relação à sua situação.
"Estou a reconstruir-me silenciosamente e sei que vou conseguir estar na minha melhor forma física e mental e ultrapassar todas estas barreiras e desafios que tenho pela frente, porque sempre foi assim na minha vida, nunca ninguém me deu nada, sempre lutei muito por tudo o que consegui! Gostava de saber como é que estas pessoas que fazem estas críticas injustas e maliciosas se sentiriam no meu lugar. Tenho 23 anos e a minha vida mudou radicalmente nos últimos quatro anos. Não foi fácil assimilar e compreender todas essas mudanças. A minha batalha diária é voltar a estar na minha melhor forma e a atuar ao mais alto nível em campo, recuperar a minha integridade e ter paz de espírito! Aconselho os jovens jogadores a cuidarem do seu lado mental e a trabalharem arduamente. Depois, as coisas acontecerão naturalmente”, completou.