António Oliveira critica árbitro após expulsão: "Não podemos ter uma conversa?"
O técnico do Corinthians foi expulso já depois do apito final frente ao Atlético Mineiro, na primeira ronda do Brasileirão
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O Corinthians, de António Oliveira, empatou no domingo 0-0 em casa com o Atlético Mineiro, com o técnico português a ter sido expulso no final da partida da primeira jornada do Brasileirão, por protestos.
Em conferência de imprensa, Oliveira lamentou esse momento e deixou críticas ao árbitro, dizendo que não teve o mesmo critério disciplinar durante todo o jogo. Refira-se que Rodrigo Battaglia, ex-Braga, Moreirense, Chaves e Sporting, desfalcou o Atlético Mineiro aos 45+5’, após ter visto o segundo cartão amarelo.
“Foi um jogo de muitos duelos físicos, nós tirámos vantagem disso com a expulsão. Cada um faz o seu trabalho como pode, agora o árbitro... Eu não gostaria de ter essa função, todo a gente está de olho nele, não pode falhar, tem família e com certeza faz as coisas de forma honesta, não há dúvida. Agora, não pode querer na segunda parte compensar algo que ele fez e fez bem. Na segunda parte, ele estava a compensar algo que tinha errado, mas que acertou e fez bem. Não é possível uma segunda parte ter 60 por cento de bola parada. Para valorizar o espetáculo, temos de começar por algum lado. Houve a situação do Yuri no chão, o árbitro deixou o jogo seguir... não pode ser. Há problemas no critério e acho que ele esteve mal para os dois lados, mas não vou bater mais, fez o melhor que pode”, apontou.
Quanto à sua expulsão, António Oliveira salientou a diferença cultural entre o futebol brasileiro e português e reclamou mais “tolerância” e “diálogo” entre treinadores e árbitros.
“Quem me conhece sabe que sou assim, já estou marcado, não vou deixar de viver o jogo da minha maneira, de maneira apaixonada. Tinha um bandeirinha que é um dos melhores do país, damo-nos muito bem, mas o árbitro... Não me orgulho disso, de estar suspenso, de levar amarelo, mas eu faço uma análise do adversário. O árbitro tem de fazer análise de quem vai enfrentar, porquê tantos amarelos? Por que não podemos ter uma conversa? O facto de dar um amarelo de forma intempestiva não ajuda em nada. Temos culturas desportivas diferentes que optam pelo diálogo, por isso é que Deus nos deu uma língua. Percebi que a tolerância é zero e tem de ser igual para todos, não se pode ter medo de ninguém. Se formos honestos e rigorosos com mesmo critério, não é só o António que será expulso. Mas não vou entrar nisso, não me orgulho. Acho que deve existir diálogo e tolerância, tenho quase 100 jogos no Brasil. Não sou um novato aqui. Sou sempre um alvo, devo refletir, mas será que ele não vai para casa e reflete também? É preciso mais tolerância”, defendeu.
O Corinthians volta a jogar na madrugada de quinta-feira (00h00), visitando o Juventude na segunda jornada do campeonato brasileiro.