Antigo guarda-costas de Maradona detido por falsos testemunhos em tribunal
A promotoria interrompeu o depoimento do guarda-costas por várias vezes e solicitou que este fosse retirado do tribunal, apontando “contradições e omissões” na sua versão
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O antigo guarda-costas de Diego Maradona foi detido esta terça-feira por prestar falsos testemunhos no julgamento dos sete profissionais de saúde acusados de homicídio com dolo na morte do ex-futebolista argentino, em Buenos Aires.
De acordo com a agência noticiosa francesa AFP, os juízes notaram como “relevantes as referências feitas pelo promotor sobre o crime de perjúrio” e ordenaram que Julio Coria saísse algemado e com escolta policial da audiência decorrida no tribunal de San Isidro.
A promotoria interrompeu o depoimento do guarda-costas por várias vezes e solicitou que este fosse retirado do tribunal, apontando “contradições e omissões” na sua versão, que justificaram o pedido de prisão pelo crime de perjúrio, cuja pena pode ir até aos 10 anos.
Julio Coria disse que não falou com Leopoldo Luque, neurocirurgião e médico pessoal de Maradona acusado, mas a justiça expôs mensagens escritas trocadas entre ambos antes e depois do dia da morte do ex-jogador, das quais o guarda-costas disse não se lembrar.
Argumentando que a testemunha era “manifestamente mentirosa”, a promotoria pediu a detenção de Coria, que estava presente no dia em que Diego Maradona morreu e fez a respiração boca a boca à estrela do futebol mundial até a chegada dos médicos.
Sete profissionais de saúde estão a ser julgados por alegada negligência na morte de Maradona, em 25 de novembro de 2020, podendo ter penas de prisão de oito a 25 anos.
O julgamento começou a 11 de março e deverá durar até julho, tendo duas audiências agendadas por semana e quase 120 testemunhas esperadas, sendo que os réus negam responsabilidades pela morte do campeão mundial de seleções pela Argentina em 1986.
Antigo avançado de Boca Juniors, Barcelona e Nápoles, entre outros clubes, Diego Maradona morreu aos 60 anos, vítima de uma crise cardiorrespiratória, numa cama médica numa residência privada em Tigre, a norte de Buenos Aires, onde recuperava de uma neurocirurgia a um hematoma na cabeça.