Projeto de reestruturação do emblema, falido há dias, apresentado por Pellissier foi aprovado pela FIGC e poderá, por isso, competir nos escalões inferiores do calcio
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Após dedicar a quase totalidade da carreira ao Chievo, envergando o emblema de Verona em 517 jogos, consecutivamente entre 2002 e 2019 (!), Sergio Pellissier, em prova indelével de amor à camisola, assumirá, agora, a revitalização do clube italiano.
O ato altruísta do antigo avançado transalpino foi tornado público em entrevista, concedida esta terça-feira, ao Arena di Verona. "Não importa onde começaremos, o imprescindível é mesmo recomeçar. Não vou desistir [do clube]. Isto ainda não acabou", afirmou o agora líder do Chievo.
Caído na série B desde 2019 e envolvido, progressivamente, em graves problemas financeiros até pela redução de verbas, o Chievo havia posto fim a 92 anos de história por incapacidade de inscrição nos escalões inferiores do calcio.
Face ao incumprimento de pressupostos monetários entre 2014 e 2018, a Federação Italiana de Futebol (FIGC) sancionou, há poucos meses, o clube com a descida administrativa à Serie D, que causou a rescisão de contrato do plantel, de treinadores e do staff.
A FIGC autorizara o Chievo a apresentar garantias financeiras, através de um novo investidor, essencial para competir dois escalões abaixo do que esteve em 2020. Porém, o prazo delineado expirara em 21 de agosto. Mas Pellissier causou um revés.
Segundo o perseverante antigo futebolista, o projeto de refundação do clube foi aprovado pela FIGC e poderá, por isso, competir na nova época do futebol italiano. Em breve, segue-se a contratação de quem jogue, treine e suporte o coletivo.
"A aprovação foi o primeiro passo dado. O clube está ali, pronto para ser preenchido, para ser preparado. Eu tentarei e não desistirei quando encarar as dificuldades", assegurou Pellissier, que admitiu ter encetado contactos de forma apressada.
"Tivemos pouco tempo para tentar arranjar forma de ir pelo caminho certo. Tentei trabalhar em estado de emergência: contactos, solidariedade, empresários, companhias de viagens", detalhou o ex-avançado, à Arena Di Verona.
Dada a fragilidade, Pellissier reconheceu que o Chievo irá (re)começar a (nova) história na Serie D, ainda que o novo homem-forte de Verona, quiçá com ambição desmedida, aponta o íngreme caminho de subida até à Serie A.
"Talvez por estarmos mais perto de outras realidades, creio que começar pela Serie D poderia ser o melhor para nós. Mas vamos dar um passo atrás, deixar os escalões profissionais, depois vamos tentar voltar lá para cima imediatamente", completou.