Antigo agente de Darwin atira: "Começaram a fazer-lhe a cabeça quando estava no Benfica"
Eduardo Lasalvia ficou amargurado pela forma como "perdeu" Darwin Núñez para outro empresário.
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Eduardo Lasalvia, antigo empresário de Darwin Núñez, comentou a "perda" do avançado do Liverpool para Eugenio López, que agora representa o uruguaio, mostrando-se desiludido pela forma como todo o processo decorreu. O jogador deixou a TMA e passou a ser representado pela Gestifute.
"Não tive possibilidade de falar com o Darwin. Descobri quando ele veio com seis guarda-costas e não quis dar entrevistas no aeroporto. Eu tinha enviado um rapaz da empresa para ir buscá-lo. Tentei ligar-lhe e, por mensagem de WhatsApp, o Darwin disse-me que gostava muito de mim, que ia ser meu amigo para sempre, bla bla bla, mas que ia começar um novo caminho com outra empresa e bloqueou-me. Nem tive oportunidade de responder", apontou em conversa no programa "Fuera de Juego", do canal uruguaio Carve Deportiva.
"Vi-o no Mundial, a ele e à família. Cumprimentei-os de longe, mas não era o momento para falar. Isso vai acontecer, se tudo correr bem. Não tenho contrato com os jogadores, poucas vezes assino alguma coisa, pois parece-me que a palavra vale mais. Aos miúdos digo-lhes 'quem quiser sair, que saia agora'. Quando chegam ao topo depois de eu lhes ter dado tudo, de lhes ter pago operações, de ter lutado com os médicos, toda a gente sabe o que fiz e eu olho a partir de fora. E estes empresários de lá de cima, compram-te o último Lamborghini e são uns craques, porque se vestem de fato e falam cinco idiomas. E eu sou um Zé Ninguém. Cada um escolhe como quer viver a vida. Agora tem um filho, mas o karma existe e tudo volta. Tens de ser boa pessoa e tens de ter boa memória. É impossível que não a tenhas, caso contrário os teus pais ensinaram-te mal. Se me diz 'vamos como Jorge Mendes', eu dir-lhe-ia 'vamos com o Jorge Mendes e tiramos uma foto, se é ele o melhor'. Mas ele não foi com o Jorge Mendes, foi com outro agente [Eugenio López], o mesmo do Otamendi. Quando estava no Benfica começaram a fazer-lhe a cabeça. É a primeira vez que falo disto. Eu não podia ir dez vezes por ano a Portugal. E, às vezes, quando não podes isso faz com que te distancies ou que não vejas as coisas. E depois a bomba rebenta-te na cara", explicou Lasalvia.
"É uma luta, oferecem aos meus jogadores o último iPhone. É a prostituição do mundo do futebol. Fiquei chateado quando perdi o Darwin. Partiu-me ao meio. O meu coração é para os meus filhos e amigos de verdade", finalizou o empresário de jogadores.