Amanhã, diante do México, Portugal vai experimentar uma novidade em fases finais desde há nove anos: apontar às balizas sem Ronaldo no onze titular
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Agora que a ligação de Cristiano Ronaldo à Taça das Confederações se confina àquilo que o capitão da Seleção portuguesa possa sintonizar na televisão, acompanhar pela internet ou intercambiar com os seus companheiros e demais staff via novas tecnologias, os holofotes, no que ao ataque diz respeito, viram-se para André Silva. Amanhã, diante do México, na discussão do terceiro lugar na competição, o avançado, também por ter protagonizado uma transferência milionária - foi adquirido pelo Milan num negócio que pode render 40 milhões de euros aos cofres do FC Porto -, terá sobre os ombros a responsabilidade do golo. E não é coisa pouca, atendendo a que, em fases finais de grandes competições, esta é a primeira vez em nove anos que Portugal terá de ir para cima das balizas contrárias sem a sua principal estrela no onze titular.
No Euro'2008, já com a qualificação para os quartos de final garantida, a Seleção Nacional abordou a terceira e última jornada da fase de grupos sem o camisola sete - pura poupança física - no xadrez que então era definido por Luiz Felipe Scolari. Nani, Quaresma e Postiga foram as unidades mais adiantadas do 4x3x3 desenhado no terreno perante a Suíça, que levaria a melhor sobre a equipa das Quinas por duas bolas sem resposta. Resultado igual, aliás, registou-se a 6 de setembro de 2016, em Basileia, na primeira ronda da fase de qualificação para o Mundial'2018, remontando a essa data a última derrota oficial dos lusitanos - e sem Ronaldo... -, isto excluindo desempates por penáltis, como o que arredou os lusos da final do evento onde estão.
Ao cabo de 25 jogos em fases finais, Portugal não conta com Ronaldo, mas tem André Silva em processo de consolidação de estatuto e popularidade - que não se esgota no público feminino. Lançado por Fernando Santos, o avançado totaliza oito golos em 12 internacionalizações - desde que se estreou com as Quinas ao peito, só Ronaldo faturou mais (14). Jogar sem ter o capitão a seu lado é raro, mas não absolutamente inédito: no amigável que antecedeu a deslocação à Letónia (apuramento para o Mundial"2018) e a participação neste torneio dos campeões, diante de Chipre (4-0), André foi titular e, além de assinar uma assistência, acertou por uma vez nas redes.