Aos 26 anos, o médio luso ex-Sporting estreou-se anteontem a marcar pelo Olympiacos e logo num dérbi com o AEK Atenas. Felicíssimo, o jogador não esconde que viveu "uma sensação fantástica".
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André Martins está a viver a primeira experiência no estrangeiro. Após uma boa prestação nos Jogos Olímpicos, onde já chegou sem clube, o médio procura relançar a carreira com enorme ambição.
Como foi viver o primeiro dérbi na Grécia e ainda para mais marcando um golo?
-São jogos emocionantes. Já me tinham falado do ambiente que se vive nestas partidas na Grécia, mas vivê-lo é extraordinário. Sentimos uma motivação extra e nunca imaginei estrear-me neste dérbi de Atenas, contra o AEK, marcando um golo. Sinto-me muito feliz pelo golo, pela minha exibição e sobretudo porque ganhámos. Foi muito bom.
Consegue descrever como fez o golo?
-O lateral do AEK fez um passe para o médio que eu estava a pressionar e este tentou então dar para o seu central, mas o passe ficou curto. Eu fui mais rápido a chegar à bola, o central parou e depois desviei-o do caminho e então chutei para o golo. Depois só me lembro do ambiente que se viveu nas bancadas, foi como se tivesse incendiado o estádio todo. Foi uma sensação fantástica, incrível.
Alguma vez tinha vivido algo assim em Portugal?
-Pelo ambiente, por ser um dérbi, nunca tinha passado por algo assim. Não marquei muitos golos em Portugal e nunca num jogo desta dimensão. Fique muito feliz e orgulhoso. Espero que seja apenas o início de um longo caminho. De nada vale este golo se não tiver continuidade.
Foi uma vitória muito importante para o Olympiacos depois de duas derrotas seguidas...
-Sim, também por isso. Tínhamos perdido fora para o campeonato com o Larissa, num campo difícil, e depois tivemos bastante azar no jogo da Liga Europa com o APOEL. Criámos ocasiões suficientes para ganharmos mas não marcámos e sofremos um golo. Ontem [anteontem] marcámos cedo, dominámos e depois fizemos mais dois golos. Foi importante porque pode marcar um ponto de viragem.
Este dérbi é muito diferente dos Sporting-Benfica que viveu?
-Há semelhanças, são grandes jogos, com grande rivalidade. Mas aqui - não digo que as pessoas sejam mais apaixonadas pelo futebol e pelos seus clubes - vivem o jogo no estádio de forma diferente. Em Portugal temos as claques a puxar pelas equipas, mas aqui não são só estas a incentivar: é o estádio todo. É algo que te dá enorme motivação e também muita força para dar o máximo em campo.
Como está a decorrer a sua adaptação à cidade e ao clube onde chegou há pouco mais de um mês?
-Senti algumas dificuldades nos primeiros dias, como é natural para quem mudou de país e chegou com a época já a decorrer. Mas está a correr bem. Não escondo que o facto do treinador ser português e o Paulo Bento, que já conhecia, também ajuda. Também conhecia alguns outros jogadores do plantel ou porque joguei com eles ou porque os defrontei. Mas toda a gente no clube tem sido exemplar comigo e estou a gostar de estar no Olympiacos.
Como é lidar com a exigência num clube onde ser segundo é inaceitável quer para os dirigentes quer para os adeptos?
-Os jogadores que vêm para o Olympiacos já sabem que estão num clube onde ser campeão é uma obrigação. Essa exigência é um dado adquirido, é um clube que na Grécia tem de ganhar tudo. Claro que isto traz pressão, mas é bom. Gosto de jogar para ganhar e neste clube queremos sempre vencer. Para mim é ótimo, é um desafio. Acredito que será também positivo para o futuro da minha carreira.