Na infância, Dahoud passava os dias a jogar num parque de estacionamento, em asfalto, onde não havia carros porque no bairro dele poucos os tinham. Juventus, Manchester United e Tottenham já sabem o seu nome.
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Mahmoud Dahoud tinha apenas dez meses quando os seus pais, de origem curda, fugiram da pequena cidade síria de Amuda com destino à Renânia, na Alemanha.
Foi já neste país que deu os primeiros passos no futebol, muitas das vezes num parque de estacionamento asfaltado, onde passava horas a fio com a bola colada aos pés. "Como ninguém tinha carro, o parque estava sempre vazio e nós íamos para lá jogar. Eu andava sempre com os joelhos e os cotovelos abertos, mas nunca parava", contou numa entrevista recente.
Aos 14 anos, Mahmoud deixou a casa dos pais para ingressar na academia do Borússia Moenchengladbach e, aos 18, estreava-se nas camadas jovens da seleção alemã, onde conquistou, em 2017, o seu primeiro grande troféu: o Europeu de sub-21 que este domingo pode voltar a ganhar, já como jogador do Borússia Dortmund.
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"Fico triste quando vejo fotografias da Síria. Só queria que lá houvesse paz e tranquilidade. Sempre que podemos, eu e a minha família ajudamos os familiares e amigos que lá temos", contou certo dia um jovem de 23 anos que já despertou a atenção de grandes clubes europeus, como o Tottenham, o Manchester United ou a Juventus.
As raízes, no entanto, nunca serão esquecidas. Como aconteceu a 2 de setembro de 2015, quando o planeta despertou com a imagem de uma criança síria morta à beira-mar. "Quando vai a humanidade acordar?", questionou nesse dia Dahoud, numa página oficial que mantém nas redes sociais.