Palavras de Carlo Ancelotti em antevisão à final da Taça Intercontinental, avisando que o avançado francês só jogará contra o Pachuca caso não haja um "mínimo risco" de lesão, numa altura em que está a recuperar de um problema muscular
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Um dia antes de o Real Madrid defrontar os mexicanos do Pachuca na final da Taça Intercontinental (quarta-feira, às 17h00), no Catar, Carlo Ancelotti confirmou que Kylian Mbappé poderá ser uma opção para a partida, mas só se não houver um “mínimo risco” de sofrer uma nova lesão muscular.
“É simples: ontem treinou bem, com boas sensações, fez sprints e tudo correu bem. O treino de hoje é importante e avaliaremos as sensações e o risco. Se estiver bem, falando com os doutores, jogará. Se houver um mínimo risco, obviamente que não, mas as sensações ontem foram muito boas, somos otimistas”, explicou, falando de seguida sobre as dificuldades que o antigo avançado do PSG tem atravessado desde que se mudou para a capital espanhol, no verão passado, a custo zero.
“Kylian é um jogador fantástico e, sinceramente, creio que ainda não chegou ao seu melhor nível. Nos últimos jogos melhorou, mas ainda não está no seu melhor, ainda. Ele pode jogar em qualquer posição: avançado, na esquerda... onde o ponhas. Com a qualidade que tem, pode jogar onde quiser”, afiançou o técnico italiano.
Já sobre as críticas de que o atual campeão europeu e espanhol tem sido alvo nesta primeira metade da época, Ancelotti considerou que fazem parte do seu trabalho, explicando o motivo por detrás dos recentes tropeções “merengues” na LaLiga e na Liga dos Campeões.
“Mudámos algumas coisas em relação à temporada passada, perdemos equilíbrio e tivemos algumas lesões. Isso privou-nos do nosso melhor nível, é algo normal quando acontecem mudanças. Há que modificar o sistema e a estratégica e adaptar-nos. Não é novidade no futebol e não estou contente, mas sim satisfeito. Temos melhorado, atravessámos momentos difíceis e quando isso acontece, o grupo enfortece-se", vincou, num discurso otimista.
“A crítica é aceitável e faz parte do meu trabalho. Todos erramos às vezes e a crítica, às vezes, desperta-te. Nunca existiu um treinador na história do futebol alheio às críticas. O Real Madrid vinha de ganhar a Liga e a Champions no ano passado e no verão contratou o melhor jogador do mundo, por isso todos pensaram que seria um passeio. O futebol não é um passeio, mas sim lutar em cada jogo. Não podemos controlar os resultados, porque às vezes mereces ganhar e perdes, ou mereces perder e ganhas, mas a crítica começou desde aí. 1+1 é 2, mas nem sempre é 2 no futebol”, refletiu.
De resto, o treinador do Real Madrid, que entrou diretamente na final da Taça Intercontinental, deixou elogios para o Pachuca, carrasco do Botafogo, de Artur Jorge, e dos egípcios do Al Ahly nos “quartos” e “meias” da prova da FIFA, respetivamente.
“Todos os jogos são armadilhas. O Pachuca é uma equipa que chegou até aqui e isso é porque têm algo. É um adversário que merece o nosso respeito, pelo que é e pela sua qualidade. Uma final é sempre emotiva e uma sensação especial. Antes do jogo preocupas-te, dás a volta a todos os aspetos possíveis, mas confio na equipa. Vimos o jogo [do Pachuca] com o Botafogo e a semifinal com o Al Ahly, eles têm as suas caraterísticas e claro que será um jogo muito importante para eles. Têm jogadores que conhecemos, como Rondón, e jovens bons. É uma equipa dinâmica e que pressiona, será um duelo entretido”, previu.