
A polémica foi curta: os árbitros franceses elegeram como melhor da época Tony Chapron, suspenso por pontapear e expulsar um jogador do Nantes. A associação de classe dos futebolistas decidiu não entregar o prémio.
Para os árbitros franceses, ele foi o melhor do escalão principal, na época que está quase a terminar. Mas, para a União Nacional dos Futebolistas Profissionais (UNFP), é inaceitável distinguir Tony Chapron, que no Nantes-Paris Saint-Germain tropeçou em Diego Carlos (o nome é familiar aos adeptos portugueses, jogou no Estoril), pontapeou-o na queda e expulsou-o. Como é a associação de classe dos jogadores quem organiza a atribuição dos galardões que distinguem a excelência em cada temporada, decidiu que, em 2017/18, não haverá prémio para o melhor árbitro da Ligue 1.
O caso tem causado um enorme mal estar entre os responsáveis do futebol francês, desde logo, na cúpula da arbitragem. No entanto, segundo o L'Équipe, não houve pressão capaz de demover os árbitros do voto solidário com Tony Chapron. Nem mesmo quando lhes foi sugerida uma distinção pela carreira, cujo final a sanção antecipou nalguns meses, explicou ao L'Équipe, Philippe Piat, dirigente da UNFP, que tentou, sem sucesso, contornar o que os representantes da classe reconhecem tratar-se de um "voto político".
A homenagem a Tony Chapron permitiria eleger como melhor árbitro da Ligue 1 Clément Turpin, mas este recusou receber o troféu. Perante esta "provocação", a UNFP decidiu "não atribuir o prémio de melhor árbitro da L1". O único distinguido será Alexandre Castro, da Ligue 2. "Os troféus são feitos para recompensar os melhores. Não são feitos para servir de tribuna política nem para ajustar contas", afirmou Piat.
