Abou Ali, adversário do FC Porto, tem uma carreira recheada de contrariedades

Adversário do FC Porto na última jornada da fase de grupos do Mundial de Clubes, na madrugada do próximo dia 24, o Al Ahly deposita fortes esperanças num verdadeiro sobrevivente. Wessam Abou Ali, goleador-mor do gigante egípcio nas últimas duas temporadas, já superou graves problemas de saúde, que ameaçaram colocar um fim precoce à sua carreira, bem como fortes desilusões desportivas, a última das quais no jogo de abertura desta prova, ante o Inter Miami, quando viu o colega Trezeguet, contratado especificamente para esta competição, tirar-lhe a bola para assumir a marcação da grande penalidade ao minuto 43… e falhar, permitindo a defesa de Ustari.

A caminhada de Abou Ali, no entanto, já contou com desafios muito maiores do que uma simples “traição” de um companheiro de equipa. Em setembro de 2021, com apenas 22 anos, desmaiou em campo naquele que era o seu primeiro jogo na segunda passagem pelo Vendsyssel, da II liga dinamarquesa, sendo reanimado pelos médicos já na ambulância; cinco meses depois, num particular com os russos do Dínamo de Moscovo, partiu seis costelas e perfurou um pulmão após choque com o guarda-redes contrário, voltando a ficar afastado dos relvados por alguns meses.

Perante nova contrariedade, ponderou encerrar precocemente a carreira, mas acabaria por reconsiderar e dar a volta por cima de forma clara: em 2022/23 marcou 14 golos no segundo escalão do futebol dinamarquês, chamando a atenção dos suecos do Sirius (I divisão), faturando por dez ocasiões até ao fim do ano.

Foi então que o Al Ahly se chegou à frente, pagando cerca de dois milhões de euros pelo concurso do avançado que, incrivelmente, acabaria por se sagrar melhor marcador da liga egípcia mesmo tendo chegado apenas a meio da prova, com 18 tentos em 19 jogos, além de conquistar o campeonato e também a Liga dos Campeões africana. Já na época em curso fez 16 golos em 33 jogos, festejando novamente o título de campeão e também a Supertaça.

Abou Ali falhou a primeira fase da preparação do Al Ahly para esta prova, devido à participação no apuramento asiático para o Mundial’2026 com a seleção da Palestina, que representa desde junho do ano passado, apesar de ter nascido na Dinamarca – foi, de resto, internacional pelo país nórdico entre os sub-17 e os sub-20. O apelo do país-natal do pai, todavia, foi mais forte e o avançado tornou-se desde então a grande figura da Palestina, tendo marcado de penálti na vitória por 2-0 sobre o Kuwait, no último dia 5, que manteve vivas as aspirações do país em marcar pela primeira vez presença num Mundial… até serem destruídas pelo empate cinco dias depois, diante de Omã (1-1), selado com um penálti polémico aos 90’+7’. 

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