Abel Ferreira responde aos "haters": "Se eu passar um ano sem título, saio"
Treinador português abriu o livro após ter sido alvo de críticas na sequência da eliminação do Palmeiras na Libertadores
Corpo do artigo
Depois de ter goleado em casa o Cuiabá, de Petit, por 5-0, na 24.ª jornada do Brasileirão, num jogo que se seguiu à eliminação nos oitavos de final da Taça Libertadores, diante do Botafogo de Artur Jorge, Abel Ferreira não hesitou em defender a sua presidente no Palmeiras, Leila Pereira, que tal como o treinador português vinha sendo alvo de críticas por parte de alguns adeptos do clube.
“Eu não sou uma máquina, faço o melhor com o que tenho nas mãos. Uma coisa que tenho sorte é que tenho os jogadores a darem o melhor sempre e uma presidente... Vocês [jornalistas] veem alguns dirigentes no Brasil, não são todos, que lideram tão bem como ela. Leila tem mais coragem do que muitos juntos dentro do clube para cada um fazer o que deve. Tenho orgulho de ser liderado por ela. Esta vitória hoje é todinha para ela”, começou por dedicar, em conferência de imprensa.
No final de um mês de agosto em que a sua equipa, para além da Taça Libertadores, também caiu nos “oitavos” da Taça do Brasil, perante o Flamengo, Abel voltou a salientar o impacto das lesões nessas eliminações, considerando que as críticas ao “Verdão” vêm de “haters” e não de verdadeiros adeptos.
“Lesões, ontem duas, uma do Vitor (Reis) e uma do Gabriel Menino. O desgaste dos ‘haters’ também. Há que distinguir o adepto do que é ‘hater’. O futebol é muito mais mental do que pensam. É uma pena não sermos tão exigentes com o resto da sociedade como somos com os jogadores e os treinadores. Por que não são iguais?”, questionou.
“Mais uma lesão... Uma coisa que vocês têm de entender é que tenho que dar satisfação a três mulheres só: à minha mãe, à minha mulher e à Leila. Elas são as únicas que me podem pedir explicação. Os outros podem manifestar-se, elogiar, reclamar. O treinador tem de saber ouvir e aceitar. Infelizmente aconteceram coisas dentro do clube em agosto. A pior delas foram as lesões. Umas que vocês souberam e outras não. O Palmeiras nunca teve tanta lesão desde que estou aqui. O Estêvão que se lesionou, voltou e lesionou-se, Murilo também, Mayke... Pedimos muito para adiar o jogo de hoje e disseram que o Palmeiras seria muito beneficiado, é sempre assim. Eu peço sempre para ter três dias de descanso e um relvado bom. A minha presidente luta por isso, mas ninguém quer lutar”, completou.
De resto, Abel rematou a conferência com a garantia de que, caso termine o ano sem título ao serviço do bicampeão brasileiro, sairá do clube, pondo fim a um período de sucesso que se iniciou em 2020 e que incluiu a conquista de oito títulos, incluindo duas Libertadores.
“Em 2020 quem foi o grande rival do Palmeiras? Santos. 2021? Flamengo. 2022? Atlético Mineiro. E o Palmeiras lá. 2023? Botafogo. Se não for para ganhar não estou aqui para nada. Vou repetir o que disse para os meus jogadores: ‘Se eu passar um ano sem título, eu saio’. E seria demais ser demitido por uma mulher, porque nunca fui. O sorteio [das competições] pode ser bom e mau. Calhou no mesmo mês sair dois grandes [Flamengo e Botafogo], num mês complicado. Nós vamos continuar lá, lutando. Nunca prometi títulos, dando o melhor de mim. Agradeço muito o carinho dos adeptos”, concluiu.