Abel Ferreira: "Guardiola foi pior do que o Palmeiras no Mundial de Clubes"
Palavras do treinador português após vitória do "Verdão" em casa do Botafogo no Brasileirão
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O Palmeiras, treinado por Abel Ferreira, venceu por 1-0 em casa do Botafogo, na madrugada desta segunda-feira, com um golo do ex-FC Porto Felipe Anderson aos 45 minutos, seguindo na vice-liderança do Brasileirão com menos quatro pontos e um jogo do que o líder Flamengo.
Após a partida, o futuro do técnico português voltou a ser tema de conversa, com Abel a ser questionado sobre se o facto de o “Verdão” ter chegado recentemente a um acordo com o Al Sadd, com base numa queixa apresentada na FIFA em 2024, na qual era acusado pelo clube catari de não ter cumprido um pré-contrato para o orientar, podia ajudar na sua permanência.
“Já estava preparado [para esta pergunta]. No final de 2023, tive mais uma vez a possibilidade de sair, em condições extraordinárias. No final de 2023, depois de sermos campeões, eu disse: ‘Eu fico’. Essa imagem está por todo lado. Fiquei pelos meus jogadores, por todo o staff, e pela nossa massa adepta. Fico porque sou um treinador de relações, de projeto. A maior prova de amor não é dizer todos os dias ‘eu amo-te', mas escolher ficar mesmo quando era mais fácil ir embora, como outros treinadores fizeram na mesma situação do que eu”, começou por salientar, em conferência de imprensa.
“Em relação ao meu contrato, se fico ou não fico este ano, quem vai decidir é a minha família. Mas não é momento para decidirmos o que quer que seja. O importante não foi nem nunca será o Abel. O mais importante será sempre o que for o melhor para o Palmeiras. Nenhum de vocês me conhece. Nem vocês nem quem está a comentar, porque se quisessem realmente conhecer-me e saber quem é o Abel, iam perguntar a pessoas que trabalham comigo, não a jornalistas que não gostam do Palmeiras ou do Abel. Pessoas que trabalham comigo, meus ex-presidentes, ex-jogadores, atuais presidentes.... é com esses que vocês têm de falar. Vocês não me conhecem, nem eu quero que vocês me conheçam, porque cada um constrói a narrativa que quer. Se me quisessem realmente conhecer, vocês saberiam. Aliás, está tudo escrito num livro. Ou será que vocês não gostam de ler? Foi uma forma de agradecer ao futebol brasileiro”, apontou, dirigindo-se diretamente aos jornalistas.
De resto, Abel Ferreira comentou o facto de continuar a lutar pelo título brasileiro após a participação no Mundial de Clubes, em que foi eliminado pelo campeão Chelsea nos quartos de final (1-2).
“Nos últimos três ou quatro anos o Palmeiras discutiu (por títulos) com alguém. Na Libertadores, os grupos são sempre fáceis e, como todos os clubes do mundo, ganhamos e perdemos, passamos por diferentes momentos. O [Pep] Guardiola [treinador do Manchester City] foi disputar o Mundial e foi pior do que o Palmeiras, mas fizeram a narrativa de que fizemos um péssimo Mundial. O Palmeiras é um clube muito bem presidido, muito bem dirigido pelo Barros e tem um treinador mais ou menos. Seguramente há muitos treinadores melhores do que eu, mas acho que não sou assim tão mau, modéstia à parte”, rematou.