Declarações de Abel Ferreira, treinador do Palmeiras, após o empate 2-2 com o Botafogo, na segunda mão dos oitavos de final da Taça Libertadores, e consequente afastamento da competição
Corpo do artigo
Orgulho: "Vivo de futebol, mas não vivo só do futebol. Orgulho. Fica mais uma vez a demonstração daquilo que peço aos jogadores. Há três resultados no futebol, há coisas que não controlamos. Não controlamos a bola bater na trave no último segundo, ou se bateu na mão do Gómez, ou se no melhor momento sofremos dois golos, porque o nosso aniversário foi letal e foi melhor em 15 minutos dentro dos 90."
De cabeça erguida: "Disse isto no final aos meus jogadores: mês de agosto difícil, com sorteio difícil, caímos de forma digna contra o Flamengo [na Taça do Brasil] com todas as vicissitudes que houve no jogo. Contra o Botafogo caímos com sentimento de orgulho. Tristes, mas de cabeça erguida."
Alguns problemas na preparação: "Digo sempre que no dia em que não sentir o desejo deles ganhar, não estou a 10 horas do meu país e dos meus pais para fazer nada. No ano que o Palmeiras não ganhasse um título, não preciso continuar aqui. Mas olhar para a nossa equipa enche-me de orgulho. Foi um mês que começou pela dureza do sorteio, é sorte, é o que é. Tivemos problemas físicos dentro da equipa, outros emocionais. Só consegui ter este plantel a 80 por sento só agora, infelizmente. Mas, na minha opinião, a tempo de fazer um grande jogo, mas infelizmente, tirámos os primeiros 15 minutos, deveríamos ter entrado no jogo primeiro, ter feito um golo primeiro."
Análise: "Sofremos um golo de um lançamento lateral, um golo esquisito para não chamar de outro nome. A seguir sofremos o segundo, depois agarrámo-nos ao nosso jogo. Pena que não fizemos o golo primeiro, porque criámos [ocasiões] para isso. Dar os parabéns ao adversário pela qualidade. Fizemos 11 finalizações e eles três (na primeira parte), na segunda parte nós 15 e eles cinco. Futebol é eficácia e felicidade, isso entra no jogo, não só competência e lado emocional. Para além da qualidade do nosso adversário, nós não fomos felizes, apesar dos três golos e ter um golo anulado. As regras são claras, quando bate na mão antes do marcador fazer golo, tem de ser anulado. É aceitar, estamos fora da Taça do Brasil contra o Flamengo, estamos fora da Taça Libertadores contra o Botafogo, agora vamos lutar até ao fim pelo objetivo que nos resta neste ano [Brasileirão]."
Desempenho: "Aqui não há milagres. Quem faz milagres é Deus, aqui nós trabalhamos. O nosso milagre era ter feito o golo nas três ou quatro oportunidades que tivemos na primeira parte ou na segunda, antes do nosso adversário fazer. O nosso adversário tem qualidade também. Nunca metem o adversário na equação. Após os 15 minutos, deu Palmeiras, conseguimos encostar o nosso adversário atrás, fomos refrescando a equipa para continuar a pressionar. Foi pena não fazermos o golo mais cedo, criámos para isso. Foram 26 finalizações contra oito. É futebol. A última bola bateu na mão do Gómez, é futebol. O que dizer da última bola em que o Menino acertou na trave e saiu? Poderia ter batido na trave e entrar. É futebol. Infelizmente perdemos, o adversário teve uma eficácia muito grande. É dar os parabéns e seguir em frente. O treinador viu o que fizemos lá e sabemos o quão é forte o Botafogo em sua casa. Mostrou isso contra o Palmeiras. Mostrou nos primeiros 15 minutos. Quando assumimos o golo e controlámos, faltou uma coisa fundamental: eficácia. Pena que tivemos que criar muito e os golos tenham chegado tarde. Não é de hoje, esta equipa acredita até ao fim. Pena que a bola bateu na mão, se batesse na coxa iríamos discutir até ao fim."