Treinador garante que teve uma conversa normal com Ronaldo, depois de a imprensa espanhola muito ter especulado. E admitiu que ser português em Espanha não é o mesmo que em Itália ou Inglaterra.
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José Mourinho abordou a alegada discussão com Cristiano Ronaldo, que tanto foi alimentada pela imprensa espanhola, na entrevista concedida à RTP. "Não leio jornais espanhóis nem vejo televisão. Vivo completamente separado de tudo o que de mediático envolve o clube. Não tenho aquela preocupação de ler, conhecer e desmentir. Foi uma troca de palavras que um treinador pode e deve ter, no sentido crítico", respondeu Mourinho.
O treinador português considera que chegou ao clube no momento exato da carreira, respondendo também se o facto de ser português prejudicou ou ajudou no percurso e na capital espanhola. "Quando saí de Portugal em 2004 era um momento muito importante para mim. Cada etapa, projeto, país, clube, são experiências profissionais e de vida que só tenho de agradecer. Encontrei (no Real) uma situação diferente de todas as outras, que fez de mim um treinador melhor, uma pessoa diferente, mais preparado para tudo o que há de bom e mau no futebol. Cheguei no momento exato da minha carreira. Já tinha sido convidado um par de vezes antes e nunca tinha aceite por questões profissionais. Cheguei num momento de grande estabilidade emocional para mim. Em que ganhar não me deixa louco, nem perder me deixa deprimido. Um momento de maturidade na carreira, como pessoa nada me afeta ou perturba", disse.
"O ser português não tem a ver com o que fui conseguindo. Em Espanha é mais difícil mas nos outros países nunca senti que ser português fosse uma vantagem ou desvantagem. Acredito na qualidade do trabalho, das estruturas, da liderança que se consegue impor, da empatia que se consegue criar com o clube e adeptos. Em Itália ou Inglaterra nunca senti que fosse fator positivo ou negativo", acrescentou.