Amunike recorda ao JOGO o impacto de ter sido estrela da competição em 1994, bastando-lhe jogar a final e marcar os dois golos da vitória sobre a Zâmbia. Antigo atacante do Sporting espera nova conquista das Super Águias.
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Se há jogador marcado por um CAN, é Amunike, antiga estrela do Sporting, brilhando em Alvalade em duas épocas e meia, chegado em 1994 depois de ganhar a prova africana em abril, marcando os dois golos da vitória na final frente à Zâmbia, aparecendo em grande plano pouco depois no Mundial dos Estados Unidos, faturando dois golos na competição, diante da Bulgária e Itália, aparecendo a partir de outubro como reforço do Sporting, contratado aos egípcios do Zamalek.
O mundo sorriu para Amunike, em verdadeiro estado de graça quando tinha 23 anos. Seria campeão olímpico em 1996 e reforço do Barcelona mais tarde. Passado praticamente 30 anos, a Nigéria aponta a nova conquista do CAN, êxito também logrado em 2013 e o antigo extremo, que chegou à Catalunha pela mão de Robson, atualmente a treinar na Zâmbia, respira toda esta essência da prova como velho e distinto protagonista. "Qualquer jogador, ciente dos esforços que se fazem no futebol africano, sente um privilégio por participar no CAN, uma festa do futebol, que reserva um verdadeiro prazer a todos. Eu participei em 1994 e foi um grande passo na minha carreira essa edição.
Foi algo realmente massivo nos meus objetivos, pois várias equipas da Europa olharam para mim. Dei um grande salto, que passou por Portugal, a honra e memórias de tal conquista estão bem guardadas, vencer foi único e incrível", justifica Amunike, autor de 21 golos em 70 jogos pelo Sporting. Sobram poucas palavras para o prazer sublime de atuar ao lado de Okocha, Finidi, Oliseh, Amokachi ou Yekini.
"Fomos abençoados por muitos jogadores talentosos, foi uma geração que se formou a partir de um grupo de jogadores que se juntaram e puderam mostrar a sua qualidade e usarem-na para fazer felizes as pessoas. Em 1994 estávamos no auge, eram jogadores com diferentes recursos e qualidades, isso deu-nos a oportunidade de disputar o Mundial e vencer o CAN. Foi uma mistura de talento e dom que alegrou a Nigéria, fez as pessoas sorrir. Ficamos todos orgulhosos dessa oportunidade e sabemos, ainda hoje, que os nigerianos nos agradecem pelo que foi feito e nos respeitam imenso. Foi um privilégio mútuo2, assinala Amunike, impressionado com o crescimento das Super Águias com José Peseiro.
"Os jogadores melhoraram muito ao longo da competição, foram conseguindo gerir bem todos os jogos, até se proporcionar esta final. Agora têm a grande oportunidade de vencer o CAN, só posso ter todo o respeito pelos atletas e mais ainda pelo treinador. Fez algo fantástico, no futebol não interessa tanto como se começa, é mais o caminho traçado e a objetividade para lá chegar. Ele soube elevar a condição da equipa até este ponto. Espero que toda a Nigéria saboreie uma vitória, o treinador merece toda a sorte mas temos um jogo difícil, uma final contra o anfitrião."