O técnico Chris Coleman sucedeu ao amigo de infância, que traçou os primeiros passos para o sucesso, antes de pôr fim à própria vida.
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A presença nas meias-finais do Europeu"2016 é a melhor marca em fases finais da história do País de Gales, que não se cansa de relembrar quem considera ser o mentor do sucesso: Gary Speed. Antigo internacional galês, Speed chegou ao comando da seleção em dezembro de 2010 e operou uma revolução: implementou a tecnologia na metodologia de treino, trouxe especialistas em preparação física e aproximou-se do nível de profissionalismo dos clubes. O galês apontou ao sucesso que agora se vê, mas, pelo meio, houve uma tragédia. A 27 de novembro de 2011, Speed, aos 42 anos, enforcou-se na garagem de casa e o Reino Unido entrou em choque.
Em janeiro de 2012, Chris Coleman foi contratado, mas esta não era uma sucessão normal. Coleman e Speed, além de terem sido colegas de seleção, eram os melhores amigos desde a infância e o atual treinador chegou a dizer que se sentia como se estivesse a trair o antecessor. Nos primeiros sete jogos, Coleman só venceu um e esteve na iminência de pedir a demissão. Falhou o apuramento para o Mundial"2014, mas a revolução tática que imprimiu no apuramento para o Europeu de França, ao optar pelo 3x5x2, desconhecido para todos os jogadores, funcionou em cheio. Coleman já recolheu todos os elogios, mas é como se Speed nunca tivesse partido. "Não preciso de um jogo de futebol para me lembrar do Gary, penso sempre nele. Se ele ainda estivesse aqui, poderia estar sentado onde eu estou e apreciar o que estamos a viver", frisou Coleman, na antevisão do encontro com Portugal, num sentimento partilhado por jogadores e adeptos, que cantam por "Speedo" em todos os jogos do Europeu.