Foi original e custou quase mil euros. Assim se pede que um treinador continue

Ricardo Gareca, treinador argentino que qualificou o Peru para o Mundial da Rússia, não anda propriamente à procura de emprego mas há de ter ficado admirado ao folhear a secção de classificados do jornal "Clarín", um dos mais importantes da Argentina: cem anúncios, seguidinhos, tinham-no como destinatário e com o pedido para que se mantivesse no cargo de selecionador. "Gareca, volta ao Peru. 32 milhões de indefetíveis esperam-te para que nos leves ao Catar. Não penses, volta", lia-se na mensagem que foi ideia de um adepto peruano a viver na Argentina. O apelo, original, teve custos. A publicidade no "Clarín" custou-lhe 31 mil pesos (cerca de 962 euros).

O Peru, com Hurtado (V. Guimarães) entre os convocados, perdeu dois dos três jogos que efetuou na Rússia (derrotado por Dinamarca e França, vencendo depois a Austrália) e ficou-se pela primeira fase, mas, mesmo assim, o regresso à maior competição de seleções, 36 anos depois da última participação, foi um momento histórico para o país, que sonha agora poder repetir o feito em 2022, no Catar. Gareca, de 60 anos, não descartou a continuidade, embora esteja também entre os nomes especulados para as seleções da Colômbia e até da Argentina. O técnico só comunicará a decisão final nas próximas semanas, sem data conhecida.