O ex-FC Porto Pablo Osvaldo esgota datas como rockeiro em Itália (ouça-o a cantar)
Avançado que passou seis meses pelo FC Porto abandonou o futebol e dedica-se à música, como vocalista da banda Barrio Viejo
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Pablo Osvaldo prepara o regresso Itália, ainda este mês, mas não é para jogar futebol. O avançado que fez carreira na Roma, Juventus e Inter de Milão, entre outros, tem digressão marcada para várias cidades italianas, e com alguns espetáculos já esgotados, com a banda rock Barrio Viejo. Osvaldo, que também passou seis meses no FC Porto antes de regressar à Argentina e encerrar a carreira depois de mais um episódio disciplinar no Boca Juniors, é o vocalista e letrista da banda, confessando-se feliz, nas vésperas de completar 33 anos (no próximo dia 12).
Em entrevista ao jornal "Leggo", o argentino, que tem também nacionalidade italiana, conta o que tem feito depois de ter posto um ponto final numa carreira recheada de polémicas. "Gravámos o primeiro álbum, chamado Liberación e a música principal chama-se Desorden. Escrevi todas as letras: falo sobre experiências pessoais, amor e problemas sociais. Rock and roll é contra o poder. E o nosso grupo é muito rock, convido todos a ouvir-nos. Cantamos em espanhol mas, mais cedo ou mais tarde, também vou escrever em italiano".
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Do futebol, garante não ter saudades. "Sou feliz. Vivo de sentimentos e impulsividade, coisas que não fazem parte do futebol atual. Sentia-me apenas um número, tinha de marcar golos senão era insultado. Agora sinto-me livre, mesmo que alguns digam que estou louco". A saída do Boca Juniors, que precipitou o fim da carreira, deixou-o incomodado. "Mandaram-me embora por causa de um cigarro, mas sabiam perfeitamente que todos fumavam. Esse foi o clique, mas sabemos que a vida no futebol não é real. O futebol hoje é uma merda, um negócio frio em que manda a ditadura do resultado. Não poder sair depois de uma derrota, tocar viola ou beber uma cerveja era um absurdo para mim. Para não trair o futebol, resolvi deixá-lo".
Ficaram boas memórias, ainda assim, da passagem "por grandes equipas". E grandes companheiros também, "homens reais": Tévez. De Rossi ou Heinze, com quem tinha relações mais próximas, Pirlo, Buffon ou Totti, que eram exemplo dentro e fora dos relvados. Menos simpática a memória que guarda do ex-selecionador italiano Cesare Prandelli. "Riscou-me do Mundial só porque eu disse uma vez que merecia ser convocado e não o Cassano". De Conte, que o treinou na Juve, guardou também boas recordações; de Mancini, nem por isso. "Discutimos em Milão, mas os jornais exageraram". Zeman, esse, "é um segundo pai". Talvez um dia lhe dedique uma música.