"Kit de sexo", Kaká excluído e Scolari "louco": a história que surge no Brasil
ESPN revela excerto de livro sobre o antigo selecionador de Portugal e do Brasil e recorda episódio do Mundial de 2002.
Corpo do artigo
É uma das histórias do momento no Brasil: a 24 de maio de 2002, na Malásia, em pleno estágio de preparação da seleção canarinha para o campeonato do Mundo, Luiz Felipe Scolari surgia furioso perante os jornalistas.
"Não autorizei a distribuição de revistas pornográficas. Vocês querem é perturbar o ambiente, mas não vão conseguir. Se eu quiser, acabo com a vossa cobertura jornalística. Querem ver, querem apostar? Num minuto eu faço isso", atirou, então, o selecionador brasileiro, num desabafo que foi publicado pelo Jornal do Povo no dia seguinte (25 de maio).
Tudo porque, minutos antes, Scolari tinha descoberto que outro jornal, o Estado de São Paulo, havia lançado uma notícia na qual alegava que os jogadores do Brasil recebiam um "kit de sexo", com revistas pornográficas, de forma a desanuviar o ambiente em período de estágio pré-Mundial.
Além disso, a mesma notícia indicava que Kaká, então um dos mais jovens na comitiva do "escrete", era um dos excluídos do lote que recebia o suposto kit.
NÃO SAIA DE CASA, LEIA O JOGO NO E-PAPER. CUIDE DE SI, CUIDE DE TODOS
A reação tempestuosa de Luiz Felipe Scolari, que também orientou Portugal, foi contestada por Rodrigo Paiva, assessor de Imprensa da Confederação Brasileira de Futebol. "Enquanto quase bateste nos jornalistas, eu estava a fazer o que era necessário, a preparar um desmentido oficial. Quando é que entendes que não és tu quem tem de descer para discutir com a Imprensa? Esse é o meu papel", atirou Rodrigo Paiva, de acordo com o relato do livro "Felipão - A alma do Penta", escrito por Ruy Carlos Ostermann em parceria com o próprio Scolari, que teve excertos divulgados pela ESPN.
O treinador voltou a conversar com os jornalistas, desta feita mais calmo, voltando a negar a existência de um "kit de sexo". A verdade é que equipa técnica e jogadores chegaram a um acordo diferente do que estava inicialmente estipulado: Scolari permitiu relações sexuais aos jogadores, mas apenas nas folgas após os jogos de preparação e sempre "com moderação".
Polémica à parte, a verdade é que a caminhada do Brasil no Mundial da Coreia do Sul e do Japão terminou da melhor forma possível para os canarinhos: com a vitória final sobre a Alemanha e conquista do "penta".