Porta para a Pérsia: Taremi faz disparar números das redes sociais do FC Porto

Taremi tem uma legião de fãs
Pedro Granadeiro/Global Imagens
O FC Porto invadiu o Irão. Virtualmente, claro, à custa das redes sociais e à boleia da contratação de Taremi.
Num só dia o FC Porto ganhou cerca de 30 mil novos seguidores no Instagram
Em apenas 24 horas, o Instagram dos dragões ganhou mais de 30 mil novos seguidores, um aumento exponencial, numa proporção nunca antes registada, e que tem um responsável: o avançado contratado ao Rio Ave, que assinou até 2024 e vai ficar preso a uma cláusula de rescisão de 60 milhões de euros.
O iraniano promete marcar mais de 20 golos esta temporada, mas não deve acrescentar apenas poder de fogo ao Dragão. Também está em causa uma maior projeção internacional, pelo menos no seu país. Ele próprio tem mais de 2,4 milhões de seguidores naquela rede social, quase tantos como o FC Porto, que entre publicações e histórias tem procurado rentabilizar essa visibilidade, colocando comentários em português, inglês e em persa.
Para se perceber o que significam estes mais de 30 mil novos seguidores, a esmagadora maioria são iranianos - basta ler, ou tentar ler, os comentários - pode comparar-se com o número de colombianos (57200) e de mexicanos (97 000) que acompanham os portistas no Instagram. Ou seja, em apenas um dia, o FC Porto, por causa do primeiro iraniano da sua história, atraiu mais de um terço do total de seguidores que tem no México e que conseguiu à custa de Corona, Herrera, Layún e Diego Reyes. A chegada de Casillas, por exemplo, teve um enorme impacto mediático a nível mundial, mas não motivou uma "corrida" deste calibre às redes sociais dos dragões por parte dos espanhóis. Aliás, do país vizinho há menos seguidores do que na Colômbia, que fecha o top-5 de países com mais "portistas".
Taremi ficou com uma cláusula de rescisão de 60 milhões de euros, que é das mais altas entre os jogadores do FC Porto
O Irão é um país onde o futebol é religião e com fortes ligações a Portugal. Carlos Queiroz esteve nove anos à frente da Seleção, Nelo Vingada e Manuel José orientaram o atual tetracampeão Persepolis, Augusto Inácio esteve no Foolad e Toni no Tractor. O trajeto agora inverteu-se e na época passada já eram três os iranianos no futebol português (principal escalão): Taremi, Amir Abedzadeh, guarda-redes do Marítimo, e Mohammadi, avançado do Aves.
O FC Porto poderá, no futuro, aproveitar esta ligação que está a criar num país com mais de 80 milhões de habitantes, como fez nos últimos anos com o México e a Colômbia e não apenas a nível diplomático. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, chegou a usar um cachecol dos portistas e a fazer um agradecimento público a Pinto da Costa pela aposta em jogadores como Falcao, Jackson Martínez ou James Rodríguez. Os dragões não só fizeram jogos de pré-época naqueles dois países (com boas contrapartidas financeiras) como abriram uma escola de futebol em Bogotá e todos os anos realizam captações em cidades mexicanas à procura de novos talentos. Juan José Perea (atualmente no Olympiacos) e Ángel Torres (na equipa B) chegaram em 2019 ao FC Porto provenientes da escola de futebol colombiana.
