JOGO DO BICHO - Na final da Taça Libertadores, Jorge Jesus venceu o minuto 92.
Jorge Jesus é hoje um nome saudado por milhões de brasileiros adeptos do Flamengo: 38 anos depois, o Mengão venceu a Libertadores, na final com o River Plate, e que foi com certeza a final da Libertadores mais vista pelos portugueses. Porque Jesus tem isto: mexe com as pessoas, e mexeu com os adeptos do futebol na noite de ontem.
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Por ironia do destino, o minuto 92, que já lhe roubou um título (golo de Kelvin que deu a vitória ao FC Porto em 2013) e a final com o Chelsea, foi desta vez o minuto da sorte, quando Gabriel Barbosa fez o segundo golo e arrumou com o jogo, que não foi um primor de beleza; foi demasiado tático e pouco espetacular, em que Jesus pouco arriscou e no pouco que mudou acertou, ao colocar Diego em campo no lugar de Everton, e creio que foi ele quem mexeu com o jogo, deu mais dinâmica ao ataque, o que me deixa particularmente feliz, porque foi meu companheiro no FC Porto.
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Jesus arrastou com ele também muitos jornalistas portugueses. O seu mediatismo tornou-se incomparável e o seu nome ganha força num Brasil onde é muito difícil um português entrar e vencer no futebol. Jesus conquistou a Libertadores e prepara-se para conquistar o Brasileirão.
E Jesus ou é um louco ou é um homem muito confiante nele próprio, porque o discurso que fez quando chegou ao Flamengo, dizendo que iria a esta final que agora ganhou é realmente de uma audácia assinalável. E pode ter aberto a porta a treinadores portugueses no Brasil, como outrora abriu Mourinho em Inglaterra. E está de volta ao futebol inglês, depois de onze meses num desemprego que, para ele, é algo invulgar e que incomoda. Na realidade, Mourinho precisa muito do futebol, mas o futebol também precisa muito dele. Está de volta ao campeonato onde se consagrou, depois de no FC Porto nos ter conduzido a duas brilhantes conquistas internacionais - e fico feliz de o ver de volta, e a felicidade é do tamanho da expectativa que tenho em ver o que vai conseguir Mourinho no Tottenham. Acredito, porque o conheço, que vai voltar a vencer. Porque não perdeu as suas excecionais qualidades que fazem dele um dos melhores treinadores do mundo.
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