
.
PEDRO_ROCHA
O jornal online Observador explica que André Costa Monteiro, assessor diplomático do Ministro das Finanças, referiu-se, num email enviado para responsáveis do Benfica, ao desejo de Centeno ir apoiar o Benfica
O Observador revela esta sexta-feira que Mário Centeno pediu dois bilhetes para assistir ao Benfica-FC Porto, da época passada, disputado a 1 de abril no Estádio da Luz. Segundo revela o site, o pedido foi feito através de um assessor diplomático do ministro das Finanças, tendo sido requisitados dois lugares na bancada presidencial. O segundo lugar destinava-se ao filho de Centeno, o que, explica a mesma notícia, colide com o Código de Conduta do Governo e pode até configurar recebimento indevido de vantagem.
O jornal online explica que André Costa Monteiro, assessor diplomático do ministro, referiu-se, num email para responsáveis do Benfica, ao desejo de Centeno ir apoiar o Benfica e, se possível, que fosse disponibilizado um segundo lugar na bancada presidencial, destinado ao filho. Contactado pel' Observador, o gabinete do Ministro das Finanças explicou que "a notoriedade pública do ministro das Finanças coloca exigências à sua participação em eventos públicos como jogos de futebol no que concerne a garantir a sua segurança pessoal. Foi neste contexto que foram solicitados dois acessos, um para o ministro das Finanças e outro para um dos seus filhos, com vista a poderem assistir ao jogo S.L. Benfica F.C. Porto que se realizou no passado dia 1 de Abril de 2017 no Estádio da Luz". A mesma fonte confirmou que o secretário de Estado do Tesouro [Álvaro Novo] e um membro do gabinete do ministro assistiram ao jogo tendo pago esses bilhetes.
Nesta mesma temporada, Mário Centeno, acompanhado pelo Primeiro-Ministro António Costa, assistiram ao Benfica-Vitória de Guimarães (5-0), jogo da conquista do tetracampeonato, o que na altura mereceu reparo do FC Porto, através newsletter Dragões Diário. "Desgraçadamente, há coisas em Portugal que nunca mudam. Ontem, no jogo de consagração da Liga Salazar, lá estavam o primeiro-ministro António Costa e o ministro das Finanças, Mário Centeno, ao lado de Luís Filipe Vieira. É inconcebível e inaceitável este comportamento dos nossos governantes. [...] Não a preferência pelo Benfica, legitima como qualquer outra, mas o carimbo de legitimidade que dão ao cidadão Luís Filipe Vieira, que só em dívidas à Caixa Geral de Depósitos, que é um banco público, pago por todos nós, ultrapassa a decência em muitos milhões."
