Em entrevista a O JOGO, a goleadora portuguesa assume que a presente época, na qual ainda poderá (este domingo) fazer a dobradinha, já "superou as expectativas". Tem 34 golos e fez 21 assistências
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Diana Silva começou a jogar à bola aos seis anos, a paixão foi crescendo, até ao momento em que decidiu representar o Atlético Ouriense onde esteve oito épocas. Foi bicampeã, ganhou uma Taça de Portugal e, depois da passagem pelo Clube Albergaria, mudou-se para o Sporting, onde brilhou com 34 golos e fez 21 assistências, no ano de regresso do clube ao futebol feminino.
Que mudanças sentiu quando assinou pelo Sporting?
-São realidades totalmente diferentes. Em termos de estrutura, temos muitas condições na Academia e também outras em termos monetários. O Sporting é um clube de uma imensidão impossível de descrever.
Consegue dar alguns exemplos concretos da alteração de realidades?
-Antes, lavávamos o equipamento em casa, mas neste momento também não me importava de lavá-lo [risos]. É tudo muito diferente. Não temos de nos preocupar com esse tipo de aspetos e simplifica as coisas.
Na época de estreia, sagrou-se campeã nacional. Que balanço faz?
-Foi uma época bastante positiva. Começámos do zero e, apesar de nos conhecermos da Seleção ou de jogarmos umas contra as outras, nunca tínhamos jogado todas juntas e foi muito bom ver essa evolução. No campeonato, tivemos alguns percalços, não começámos da melhor forma, mas contrariámos tudo isso e, felizmente, conseguimos ganhar o campeonato.
Foram campeãs invictas. Superou as suas expectativas?
-Sim, nunca pensei que ganhássemos tantos jogos e por tantos golos, mas sabia que tínhamos muita qualidade e sempre aspirámos a ganhar o campeonato.
Antes, lavávamos o equipamento em casa, mas neste momento também não me importava de lavá-lo [risos]
Qual foi o momento mais marcante da época?
-Sem dúvida que foi a estreia em Alvalade e a vitória sobre o Braga. Se não ganhássemos, a tarefa ia ser muito complicada, porque ficaríamos dependentes do Braga. Também houve outros momentos, como o jogo com o Valadares, também em Alvalade, em que marquei.
É uma avançada que se distingue pela velocidade. Jogou sempre a nove?
-Nunca escondi que é a posição em que me sinto mais confortável, mas, no início da época, joguei a extremo e também já fiz a posição dez. Nessas posições, sinto que preciso de trabalhar mais, porque não tenho muitas rotinas. Gosto é de ultrapassar as centrais e usar a velocidade como arma. Para mim, a qualidade de passe é tudo e, às vezes, até gosto mais de assistir.
Como surgiu a comparação com o Gelson Martins?
-Veio dos adeptos logo no início, quando jogava a extremo. Talvez pela velocidade e por termos características semelhantes. Claro que fico satisfeita.
Erguer a Taça no dia de anos
com o apoio maciço dos adeptos
Diana Silva já venceu uma Taça de Portugal pelo Atlético Ouriense e este domingo, dia em que celebra 22 anos, quer voltar a subir a escadaria até à tribuna do Jamor para erguer a Taça. "Seria uma rica prenda. Neste momento, o que mais quero é ganhar a Taça", assume, apelando ao apoio dos adeptos leoninos. "Têm sido o 12.º jogador e seria muito bom que viessem em peso ao Jamor. Em Alvalade bateram o recorde de espectadores em Portugal [9263] e queremos ver se são capazes de nos surpreender outra vez", desafia, reconhecendo que será complicado bater o Braga, o principal rival na luta pelo título: "Elas vão querer ganhar a todo o custo. Não tenho dúvidas disso."