César Boaventura: garantia ser próximo de Luís Filipe Vieira e ter milhões no estrangeiro
O empresário César Boaventura foi acusado pelo Ministério Público de dez crimes, no âmbito da Operação Malapata
O empresário César Boaventura foi acusado pelo Ministério Público de dez crimes, no âmbito da Operação Malapata. Em causa estão cinco crimes de burla qualificada, três de falsificação de documentos, um de fraude fiscal qualificada e ainda outro de branqueamento de capitais.
O processo "envolve transferências de jogadores e muitos milhares de euros que circularam por várias contas bancárias, apesar de o empresário ter sido declarado insolvente pelo Tribunal de Famalicão em 30 de outubro de 2014. Entre os acusados, mas apenas pelo crime de branqueamento de capitais, estão empresários ligados à metalurgia e e com ligações próximas a Boaventura", pode ler-se.
De acordo com a "Visão", a magistrada do Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto que liderou a investigação fez questão de sintetizar o que está em causa: "Para além da notoriedade que procurava e publicitava nas redes sociais, César Boaventura, para conferir maior credibilidade à sua veste de empresário de futebol de sucesso, fabricou contratos de exploração de direitos de imagem, confissões de dívida e extratos bancários, documentos utilizados para convencer terceiros a entregarem-lhe as importâncias que o mesmo foi pedindo e que foram canalizadas para fins distintos ao que anunciava".
A uma das vítimas, um industrial do têxtil, Boaventura terá exibido um extrato com um saldo de 27 milhões de euros e numa outra ocasião alegou ter 13 milhões em contas no Dubai. Tudo não passaria de uma encenação criada para burlar o empresário que lhe foi emprestando dinheiro. Eram supostamente investimentos em jogadores de futebol, mas os retornos nunca apareceram. Ficou sem 300 mil euros.
"César Boaventura assegurou que o anterior presidente do Benfica, sabendo da existência de processos crimes em investigação, lhe tinha pedido para colocar nessa conta 22 milhões de euros, não podendo, pois, movimentar essa conta", descreve o Ministério Público na acusação, citada pela "Visão". Nessa mesma conta, Boaventura garantia ter 30 milhões de euros, sendo que 20% seriam dele.
A Operação Malapata foi realizada no âmbito de um inquérito titulado pelo Ministério Público (MP) no DIAP do Porto, com a participação da Autoridade Tributária e Aduaneira - Direção de Finanças do Porto. No decurso da operação policial, foi apreendida "documentação diversa" relativa à prática dos factos, além de viaturas automóveis e material informático.