Welthon: "O futebol está cheio de pessoas sujas. Mas devo ser eu a assumir"
Welthon
foto Ivan Del Val/Global Imagens
A propósito do Vitória-Paços de Ferreira (18h00), que se joga este sábado, Welthon falou O JOGO, ele que representou os dois clubes
Foi uma das revelações da época 2016/17, impondo participação ativa em 20 golos do Paços de Ferreira em 34 jogos. Marcou 11 na Liga e ficou situado entre os 8 melhores artilheiros da I Liga.
De Welthon, então em momento avassalador no Paços de Ferreira, pois além dos números enchia o campo pela potência física que imprimia nos lances, muito se falou, cogitando-se a sua saída para os grandes. Acabou em Guimarães, desviado da capital do móvel a meio da segunda época.
Na Cidade-Berço toda a promessa se esfumou entre um calvário de lesões e crise de confiança. Aos 30 anos, Welthon recupera parte da alegria perdida em quatro anos de contrato com o Vitória, onde alinhou em 23 jogos e apenas um golo marcou. Fá-lo na sua região de Paraná, aparecendo como goleador do Tuna Luso, onde já jogara antes de uma primeira vinda para Portugal para o Braga B.
A saída de Portugal foi período fértil de reflexões, invadido pelas piores inquietudes. "Pensei em abandonar o futebol muitas vezes. Mas há certas coisas que não dependem só de nós, tenho família e amigos que sempre acreditaram e me disseram que não podia parar. E cheguei à conclusão que não podia parar se acredito que posso melhorar e crescer", argumenta, dividindo responsabilidades.
"O responsável sou eu mas no caminho muitos atrapalharam. O futebol está cheio de pessoas sujas. Mas devo ser eu a assumir, porque a carreira é minha. Aprendi da pior maneira que há poucas pessoas em quem confiar", frisa nesta conversa exclusiva com o O JOGO. Welthon rebate também as múltiplas críticas sobre o excesso de peso.
"Isso é a opinião de pessoas que estão fora. Se pedirem os meus dados ao Paços e Vitória nunca estive acima do peso ou do percentual traçado, a não ser voltando de férias. É perguntar a cada departamento de nutrição se alguma vez estive acima do que me pediram. Mas até posso dizer que muitas das lesões que tive no Vitória resultaram de me terem pedido para ficar abaixo do peso certo para mim. Não tenho dúvidas que fiquei mais vulnerável a lesões mas são águas passadas", atesta Welthon, disponível a abrir novos capítulos futebolísticos, gozando a boa fase no Tuna Luso.
"Temos sempre algo a aprender. Recomeçar nunca será um problema e sei que logo estarei em grande novamente. Estou mais tranquilo e mais focado e ciente de como tudo funciona. Se me voltarem a chamar de Portugal voltaria com gosto. Dependeria do projeto mas é um país que conheço e onde me sinto bem", finaliza.