"Passei por uma fase difícil e não queria continuar longe da família"
Nuninho estreou-se pelo Felgueiras e fez o primeiro golo da época frente ao Varzim. Segue-se o líder, o Länk Vilaverdense.
Nuninho reforçou o Felgueiras, proveniente do U. Leiria, e o regresso a uma casa onde já tinha sido feliz não podia ter corrido melhor. Em três jogos sob o comando de Agostinho Bento, o extremo soma um golo e uma assistência, ambos decisivos para as vitórias sobre o S. João de Ver (1-0) e o Varzim (2-0). Os poveiros até são um adversário de boas memórias, uma vez que na sua estreia na II Liga, pelo V. Guimarães B, marcara ao Varzim. Agora, segue-se um duelo contra o Länk Vilaverdense, no qual estará em causa a liderança da Série A.
Na estreia a titular marcou o primeiro golo esta época e a equipa ganhou. Melhor era impossível?
-O mais importante é a equipa conseguir sempre os três pontos, mas é bom voltar a marcar e sentir que posso ajudar. Já não marcava desde a fase final da última época, em abril, quando estava na União de Leiria e bisei contra o Vitória de Setúbal.
Quais foram os segredos para ganhar ao Varzim, um dos favoritos à subida?
-Sabíamos o que tínhamos de fazer, tínhamos a estratégia bem definida e, acima de tudo, foi a maneira como entrámos no jogo. Entrámos muito focados, concentrados e quisemos assumir o jogo desde o início. Isso fez com que o adversário se retraísse e com que estivéssemos por cima, depois chegámos à vantagem. No início da segunda parte, voltámos a marcar e a partir daí conseguimos gerir o jogo de forma inteligente.
Esse foi um dos piores jogos do Varzim... Foi mais mérito vosso ou demérito deles?
-Acredito que tivemos muito mérito. Acho que o Varzim tem muita qualidade, mas não estava à espera de uma equipa tão agressiva e concentrada. Eles próprios ficaram surpresos e não conseguiram reagir.
O Felgueiras encostou-se ao líder Länk Vilaverdense, que é o próximo adversário e uma equipa que ainda não perdeu. Serão os primeiros a derrotá-los?
-Entramos em todos os jogos para ganhar e é claro que neste jogo não vai ser diferente. Queremos assumir o primeiro lugar e para isso temos de ganhar. Sabemos que o Länk é a defesa menos batida e o melhor ataque, mas no fundo é uma equipa que vale pelo global. Vamos ter de estar muito concentrados e no nosso melhor para vencer.
Chegou em janeiro, vindo da União de Leiria, o que o levou a deixar o anterior clube e a abraçar este projeto?
-Passei por uma fase difícil a nível pessoal e não queria continuar longe da minha família. Tive outras opções, inclusive da II Liga, mas o Felgueiras representa uma casa onde fui muito feliz e muito acarinhado, e da qual saí com uma subida à Liga 3. Além desses fatores e desta ligação emocional, os objetivos desportivos que o Felgueiras me apresentou não deixaram espaço para outra opção.
Em três jogos tem um golo e uma assistência. Este regresso está a surpreendê-lo?
-O meu estilo encaixa-se nas ideias do treinador, que já conhecia por ter defrontado quando ele estava no São Martinho. Sou um jogador que tanto joga por dentro, como por fora, tanto no pé como na profundidade, e esta variabilidade no meu jogo é uma característica que o míster aprecia muito, até porque neste sistema [4x3x3] encaixo melhor, daí a minha boa adaptação.
Em relação a objetivos pessoais, que sonhos tem para a sua carreira?
-Sonho jogar na I Liga, acho que é o objetivo de qualquer jogador português, mas a curto prazo quero subir à II Liga com o Felgueiras. Nada me faria mais feliz do que isso. Na II Liga já joguei pelo V. Guimarães B e, curiosamente, a minha estreia aconteceu num jogo contra o Varzim, em que entrei e marquei o golo da vitória aos 90 minutos.
Sente que o êxito na primeira fase da época passada pode ser repetido?
-Ainda há muito campeonato. Estamos em lugar de play-off, que é o primeiro objetivo do clube. O grupo tem muita qualidade individual e aquilo que mais me surpreendeu foi o ambiente que se vive no balneário, muito positivo.
É conhecido no futebol por Nuninho, porquê?
-Sempre fui o mais pequenino e jogava sempre em escalões acima do meu. Se com os da minha idade já não era grande, com os mais velhos, ainda se notava mais. E ficou o nome.