Mítico treinador espanhol foi responsável pelo grande relevo ganho por Zubizarreta enquanto guarda-redes do Athletic e da “La Roja”. Ligação entre os dois ficou forte e o antigo técnico projeta sucesso no Dragão ao agora homem-forte do futebol, baseado na capacidade de reflexão e no gosto pela aposta no ouro da casa.
Corpo do artigo
Falar de Andoni Zubizarreta e do seu legado como jogador vai ao encontro da enorme carreira de Javier Clemente, carismático técnico basco que dirigiu o antigo guarda-redes, hoje diretor desportivo do FC Porto, em 248 jogos: 57 na seleção espanhola, incluindo presenças no Mundial de 1994 e Europeu de 1996, e 191 no Athletic. Pelos leões bascos viveram ambos o delirante arranque de sonho da década de 1980, com dois títulos espanhóis e mais uma Copa do Rei, retrato perfeito da exaltação da garra basca e de uma geração que emocionou Bilbau com festejos que só voltaram a acontecer em 2024, na recente conquista da Taça do Rei.
Em conversa com O JOGO, Clemente recorda o percurso do seu antigo jogador e as valias que adquiriu, levando-o a ser aposta de Villas-Boas para homem-forte do futebol dos dragões. “Se jogou o tempo que jogou em equipas importantes, associando-se ao seu trajeto a seriedade, personalidade e os múltiplos conhecimentos, demonstrou todas as ferramentas para ser um grande diretor desportivo”, sublinha Javier Clemente, identificando o valor da formação e o carinho pela cantera no seu trajeto. “Começou esse caminho no Athletic, onde jogou, sendo natural de Gipuzkoa. Logo aí foi um casamento natural com um clube que trabalha essencialmente as suas camadas jovens, vivendo depois a etapa Barcelona, que também dedica imenso esforço e reúne créditos do seu processo de formação. É alguém com ótima capacidade de análise e que sabe apreciar as características dos jogadores”, explana.