O FC Porto lidera no importante campeonato das redes sociais no mundo digital do futebol português. Não só em termos de seguidores nas redes sociais, conforme ontem foi anunciado, mas também nas interações dos utilizadores das mesmas, segundo o site espanhol da especialidade Deportes & Finanzas. Há um ecossistema digital feito a pensar na paixão dos portistas por trás dos mais de seis milhões de seguidores.
Corpo do artigo
As medidas de grandeza do século XXI não são, em definitivo, as mesmas do século passado. Os tentáculos da globalização, de que as redes sociais são a face mais visível, arquivaram as métricas que, com alguma simplicidade, explicavam quem era maior do que quem no século passado.
Afinal, como se medem as grandezas no futebol, neste caso, o português? Bem, no capítulo do desempenho desportivo e época a época não há dúvidas: é o que ganha o campeonato. No histórico? O que tem mais títulos. E quando o histórico tem muitos anos? Retalha-se por décadas ou eras. Tudo é simples e a matemática dá lógica ao detalhar dos critérios de grandeza. Mas existe, hoje, uma métrica fundamental futebol: o da grandeza digital. E nesta, conforme os dados mais recentes, o FC Porto mantém-se na frente, o que acontece há, pelo menos, um par de anos: é o emblema português com mais seguidores e mais interações nas várias redes sociais.
https://www.instagram.com/p/Brm9wyMFJ2F/
As grandezas genéricas são, hoje em dia, muito discutíveis e parecem ter mais parâmetros do que jogadores por plantel. Mas as métricas digitais estão sob escrutínio milimétrico, com um detalhe que passa, inclusive, pela medição da atividade do internauta enquanto tecla ou faz scroll no ecrã. Mas vamos por partes, antes de olharmos, sem detalhe aturado, para a atividade digital do FC Porto.
Os dados ontem conhecidos sobre as redes sociais: segundo a Global Digital Football Benchmark, numa listagem de 207 clubes, em que estão representados FC Porto, Benfica e Sporting, os dragões aparecem em 43.º lugar, com mais de seis milhões de utilizadores (6.217.256) divididos entre o Facebook, Instagram, Twitter, YouTube e Weibo (a rede social mais popular na China). O Benfica é 48.º, com quase seis milhões (5.985.251) e o Sporting segue em 75.º, com quase quatro milhões de utilizadores (3.929.381). Os portistas apenas são ultrapassados, no que aos rivais portugueses diz respeito, pelo Twitter benfiquista, com 1.774.580, contra os 1.064.766 seguidores do FC Porto e os 691.032 do Sporting.
Portanto, quando se fala de grandezas tradicionais, os argumentos parecem um pouco à escolha do freguês. Mas, sob o ponto de vista digital, o FC Porto tem gerado mais marca e encontra-se melhor posicionado. E o crescimento de uma marca (que depende de uma infinidade de fatores, como a visibilidade, a credibilidade, o alcance, a internacionalização, etc..) é, sem qualquer dúvida, um fator económico relevante em qualquer equação estratégica com vista ao crescimento e desenvolvimento de um emblema de futebol.
Importa, também, refletir sobre outro dado, este menos noticiado: a interação. Por contraponto do número de seguidores, que é um dado impactante, mas muito político, importa conhecer números das interações que o FC Porto gera. E nesse capítulo também liderou, em 2018, nas três redes: mais de 47 milhões (47,724.214) face aos 35 milhões (35,458.858) do Sporting e aos 34 milhões (34,067.994) do Benfica (ver quadro abaixo), isto segundo dados do site especializado Deportes & Finanzas.
Uma nota: apesar de ter menos seguidores que o FC Porto no Facebook, o Benfica teve mais interações nesta rede social: cerca de nove milhões contra 8,4 milhões dos portistas. O que prova que interação é uma métrica distinta de seguidor.
Outro dado curioso, ontem noticiado pela mesma fonte, o Youtube do FC Porto foi o quarto mais visto da Península Ibérica durante 2018, com 8,06 milhões de visualizações, num top liderado pelo Barcelona (271 milhões), seguido pelo Real Madrid (104) e Real Bétis (48,3). O quinto foi o do Sevilha.
O ecossistema digital do FC Porto está, assim, na liderança digital em Portugal no que diz respeito às redes sociais. Numa passagem de olhos muito genérica pelo mesmo, saltam à vista o site e as redes sociais. Nestas, os dragões estão em todas as já mencionadas, mas as cores portistas também estão assinaladas no Dugout (especificamente sobre futebol) e na chinesa Weibo. Existem ainda três aplicações integradas: a oficial do clube e as mais recentes "Seat Delivery" (de onde se pode fazer encomendas a partir do lugar no estádio) e a App Museum & Tour (dedicada às atividades do museu e visitas às instalações portistas).
Tudo isto é relevante, também, em termos de internacionalização da marca. Os números agora revelados não serão alheios, conforme a própria estratégia do marketing portista, às "boleias" dos seus mais importantes e reconhecidos ativos - leia-se jogadores. Desde logo, Iker Casillas, que nas várias redes sociais tem 47 milhões de seguidores, segundo o estudo, de novembro passado, da consultora alemã Result Sports, que aponta Cristiano Ronaldo como líder dessa lista, com 337 milhões se seguidores, divididos por Facebook, Instagram e Twitter. O guardião espanhol é o 16.º nessa contabilidade.
No quarto posto está outro ex-dragão, o colombiano James Rodriguez, do Bayern de Munique, com 90 milhões, e que várias vezes celebrou feitos dos portistas após a sua saída, há seis temporadas. Outro caso de "boleia" percebe-se com a atividade de outro colombiano muito querido nos corações do adepto portista: Radamel Falcao, no 18.º posto.
https://www.instagram.com/p/jEeIxWoLBk/
Recorde-se que a passagem de Falcao, James, Guarín e Jackson Martinez, entre outros colombianos, pelo FC Porto potenciou a marca naquele país, sobretudo pela soma de triunfos associados, como a Liga Europa, em 2011. Quem não se lembra do presidente da Colômbia com o cachecol azul e branco a receber o então homólogo português, Cavaco Silva, em 2004?
Porque o segredo é sempre a alma do negócio, percebe-se o investimento do FC Porto na qualidade dos conteúdos e na inovação quando de trata da agitação nas redes sociais, nomeadamente os conteúdos de vídeo com produção cuidada, como o mais recente clip de Natal, que é já uma tradição nas atividades digitais dos azuis e brancos.