O diretor do diário espanhol Marca afirma que Militão e o Real já têm acordo entre si e só falta assinar. Mas será mesmo assim ou é apenas a esmagadora potência madridista a fazer-se ouvir, dando-se como fonte de uma marca jornalística credível? Facto é que, no mesmo dia, outro diário da mesma grandeza, o italiano Tuttosport, dava o nome do central portista como negociável pela Juventus de Cristiano Ronaldo.
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O que têm em comum Real Madrid, Juventus, Manchester United, Barcelona, Liverpool, Paris Saint-Germain, Inter de Milão e até Roma, além de serem dos mais poderosos emblemas do futebol, sob o ponto de vista financeiro? O interesse em Éder Militão. Por isso, é bem provável que estejamos na antecâmara de um leilão galáctico com vista à sua assinatura.
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O defesa do FC Porto, cinco vezes consecutivas eleito o melhor defesa pelo júri da Liga (setembro a janeiro), possui uma cláusula de rescisão no seu contrato no valor de 50 milhões de euros. Que é como quem diz, basta que um desses emblemas pague esse valor para que os portistas estejam obrigados a libertá-lo. E, nesse caso, o maior factor de decisão passa a ser o salário do jogador. É nesse fator negocial que estão a ser jogadas todas as fichas. A parte boa, para o FC Porto, é que Militão não estará muito preocupado com o seu futuro... por estar garantido!
Voltemos ao que diz o diretor da Marca: Militão e o Real Madrid já se comprometeram entre si, nem que seja por interpostas pessoas. Na mais recente notícia sobre o assunto, a Marca anuncia a existência desse acordo com o jogador. O que será, em caso de possível transferência, o dado mais importante do momento. Como se sabe, caso entrem os 50 milhões nos cofres dos azuis e brancos, a escolha do futuro do central, de 21 anos de idade, estará inteiramente nas suas mãos. Pelo que Militão só não sai do FC Porto se não quiser. O que implicaria, necessariamente, uma revisão contratual com a SAD portista. Pouco crível, atendendo aos salários principescos que estarão a ser acenados ao jogador, muito acima dos praticados no campeonato português.
O futuro das competições europeias entre clubes tende a estas novas rivalidades transfronteiriças.
Éder Militão não comenta, o FC Porto muito menos, e resta-nos a palavra do diretor de A Marca, Juan Ignacio Gallardo, que se fez fotografar com o jogador no Estádio do Dragão, mas de onde o próprio, como confessou na notícia do diário que dirige (pode ler aqui), da Invicta nada levou, nem uma única informação para sustentar que "só falta assinar". O que torna muito plausível que a sua fonte seja o próprio Real Madrid, com quem a Marca mantém relações muito próximas e um caudal de troca de informação constante.
É precisamente por isso que se tem de esperar pela decisão de Militão, para confirmar que a Marca sabe mesmo que "só falta assinar". É que, no mesmo dia, os italianos do Tuttosport davam o internacional brasileiro como um dos portugueses (com os benfiquistas Rúben Dias e João Félix) que a Juventus estaria a ponderar contratar para a próxima temporada, em reunião com Jorge Mendes, o super agente português.
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Ora, a confirmar-se esta informação de Itália, é pouco seguro dizer que o assunto Militão esteja fechado em Madrid, dado que o agente português costuma ser pessoa bem informada sobre os negócios que envolvem jogadores, nomeadamente com o Real Madrid. Portanto, é ainda grande a possibilidade de tudo ainda ser muito turvo e especulativo.
Sabendo-se que a equipa de Cristiano Ronaldo está a apostar forte numa tentativa de hegemonia europeia, é admissível que, estando o Real Madrid a apontar a Militão, também os italianos o façam com a mesma convicção: a sua contratação implica o seu próprio reforço e não reforço dos seus grandes rivais à escala europeia. E, convenhamos, um central com 21 anos ao preço da "uva mijona" - o que são 50 milhões para aqueles cofres?!? - é projeto de futuro tanto a nível desportivo como financeiro. E o futuro das competições europeias entre clubes tende a estas novas rivalidades transfronteiriças.
Portanto, até pôr o preto no branco, o azul e branco terá os seus agentes a intermediar salários e condições associadas. Porque, atendendo ao número de emblemas disponíveis para bater a cláusula, são as condições a oferecer ao jogador que pesarão na sua decisão. E um leilão "intergalático" poderá motivar uma subida em flecha da oferta salarial ao jogador.
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Militão está à porta dos chamados jogadores galácticos e estes já não são exclusivos do Real Madrid, apesar de o seu conceito ali ter nascido, ainda com Raul, Beckham, Zidane e Luís Figo. As forças galácticas são, agora, praticamente todos os emblemas que já revelaram interesse no jogador. E este estará, como será normal, a estudar qual deles lhe dará mais condições para um futuro que se vislumbra acima da média em Espanha, na Inglaterra, em Itália ou na França, já para não falar na seleção brasileira. E entende-se por condições não só o valor do seu salário (e isso também interessa a quem o está a negociar), mas também as condições extra-salariais de um futuro contrato, os vislumbres de titularidade e até os objetivos do emblema que escolher.
Em seis meses, Éder Militão, nascido no Sertãozinho, formado no São Paulo, valorizou-se 10 vezes. Custou ao FC Porto cerca de quatro milhões de euros e deverá sair por 50 milhões (10 por cento para o clube brasileiro). Uma realidade associada às excelentes exibições. Em maio e junho passados, os portistas conseguiram convencer Militão com melhores condições que o Paris Saint-Germain. Hoje parece bem mais difícil assegurar a sua continuidade, atendendo à disponibilidade financeira dos nomes referidos.
Seja como for, no dia em que tudo isto foi trazido à estampa, Militão mostrou o seu estado de espírito, bem patente no sorriso partilhado na sua conta pessoal da rede social twitter (ver abaixo).
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