De contrato renovado aos 27 anos, o central diz estar a viver um sonho e agradece os ensinamentos do ex-colega. Carreira de superação foi passada em revista pelo defesa, que somou os primeiros troféus da carreira nos últimos meses. Mas quer mais, apontando ao campeonato e a uma prova europeia.
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Entre a azáfama do mercado de transferências, André Villas-Boas ainda teve tempo para oferecer um novo contrato a Zé Pedro, central de 27 anos que teve de “partir muita pedra” na sua carreira. Afinal, foi apenas há menos de dois anos que fez o primeiro jogo na I Liga, numa altura em que fazia parte da equipa B dos dragões.
Aos poucos foi conquistando o seu espaço, tendo iniciado esta época como terminou a anterior: a titular da equipa principal. Por isso, a administração premiou o seu trabalho e dedicação ao FC Porto numa altura em que estavam a chegar dois reforços para o eixo da defesa. Em entrevista aos meios do clube, Zé Pedro recorda o trajeto desde que se mudou do Estrela da Amadora para os bês portistas, assumindo que já concretizou vários sonhos, mas mostrando ambição para muito mais.
“Sempre foi um sonho representar o FC Porto, ainda que inicialmente pela equipa B, mas sabendo que seria uma porta de entrada no clube do meu coração. Sabia que poderia depender uma parte de mim: trabalhar, entregar-me e dedicar-me com paixão ao clube para conseguir atingir o patamar principal. Não posso estar mais satisfeito com o sonho realizado”, assumiu.
Seguindo uma lógica temporal, o central estreou-se em dezembro de 2021 pela equipa principal num jogo da Taça da Liga, contra o Rio Ave, mas depois regressou à base. “Entrei inúmeras vezes no Dragão, mas pisar o relvado é completamente diferente. Foi um dia memorável, guardo para sempre”, atirou, sem ter desanimado por ter de esperar 18 meses para ser chamado de novo. “Faz parte do processo de crescimento, sabendo que não era um jovem com 17/18 anos, como estamos habituados a ver, que ascendem à equipa principal. Sabendo que não tinha essa idade, dediquei-me da mesma forma e sempre acreditei na possibilidade de ser integrado. A oportunidade surgiu. Sinto que estive preparado e dei boa resposta”, nota.
Zé Pedro acabaria por beneficiar das lesões de Pepe e Marcano e de uma expulsão de Fábio Cardoso para ser lançado num clássico com o Benfica. “Nunca desejo o mal a qualquer colega de profissão, muito menos de balneário, mas o futebol é assim mesmo: o azar de uns é a sorte de outros. Ao longo de todos os anos preparei-me para uma oportunidade. As pessoas ficaram agradadas com o que desenvolvi. Apesar do resultado não ter sido positivo, considero que fiz uma exibição agradável”, avaliou, admitindo ser “difícil acreditar” que tudo estivesse a “acontecer tão rapidamente”.
A partir do momento em que passou a ser jogador da equipa A, Zé Pedro aproveitou para aprender com uma das suas referências. “O Pepe foi um jogador muito importante, que sempre procurou dar-me conselhos e ensinamentos. E eu, com alguém com a história dele, o jogador que foi e sempre será, que fica marcado na história do futebol, bebi muito do que me dizia. Ajudou-me e agradeço muito, porque é uma pessoa pela qual tenho bastante carinho”, frisou.
O central ajudou o FC Porto a conquistar a Taça de Portugal e a Supertaça e reconhece que está a viver um conto de fadas. “Desde o golo no Dragão até à conquista de títulos... São alguns sonhos dentro do sonho principal que é representar o FC Porto. Mas tenho mais alguns para realizar e espero conseguir”, afirmou. E quais são? A resposta foi imediata. “Vencer o campeonato nacional e uma competição europeia seria fantástico também. Ficaria realizado”, concluiu.