Em 15 jogos pelo U. Santarém, o canhoto Yago Cariello que quer brilhar na Europa fez oito golos e uma assistência
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Yago Cariello Ribeiro saiu do anonimato com quatro golos apontados no triunfo do União Santarém sobre o V. Setúbal (4-1). O ponta-de-lança viveu uma segunda-feira agitada e só teve tempo de conversar com O JOGO quando se preparava para jantar. Tendo começado a carreira de jogador profissional em 2017, no América, o brasileiro de 22 anos, natural do Rio de Janeiro, transferiu-se no ano seguinte para o Vasco da Gama e na temporada passada aceitou o convite do Condeixa para prosseguir a carreira em Portugal. Esta época, mudou-se para o União Santarém, onde deseja brilhar para cumprir o sonho de chegar à Liga Bwin.
Esta foi a primeira vez que fez um póquer na carreira?
-Não. No primeiro jogo que fiz pela equipa B do União de Santarém, à qual baixei para ganhar ritmo competitivo, marquei seis golos contra o Benfica do Ribatejo (12-1). Mas é lógico que neste jogo teve um maior impacto.
O que lhe disseram depois deste jogo, tanto os colegas como o treinador?
-Ficaram felizes como eu. Veem a forma como jogo, como treino e como me dedico e isto foi fruto do trabalho.
"Espero que a partir de agora olhem para mim de forma diferente, mas não só por o que fiz neste jogo. Gostava de chegar à Liga Bwin e à Champions"
O telefone tocou muitas vezes? Qual foi a mensagem mais curiosa?
-Tenho sempre amigos que me acompanham no Brasil e aqui, mas recebi sobretudo mensagens em vez de chamadas. A mais curiosa foi a da minha mãe [Jaqueline]. Ficou muito orgulhosa, deu-me os parabéns e disse que sou um vencedor e mereço tudo o que está a acontecer neste momento. Sou um guerreiro, pois não é qualquer um que sai do seu país para ir viver sozinho. Espero que a partir de agora olhem para mim de forma diferente, mas não só por o que fiz neste jogo.
Numa equipa modesta como o União Santarém, torna-se mais difícil marcar quatro golos num só jogo?
-Óbvio. Uma equipa maior massacra mais vezes o adversário, o que torna mais fácil marcar. Mas como estamos a crescer e a jogar bem, isso foi possível. Estamos a manter um ritmo bom. A equipa tem vindo a crescer bastante, a cada dia que passa. Nos treinos e nos jogos houve uma grande evolução em todos os sentidos.
Acha que a equipa melhorou com a entrada do treinador André David?
-A forma de jogar é diferente. A adaptação foi difícil, pois passámos a jogar com três centrais. Antes o sistema era 4x2x3x1 e agora é 3x5x2 ou 3x4x3. Mas o facto de ele exigir muito de nós a cada dia ajuda sempre. O amadurecimento e o compromisso de cada um também foi bastante importante neste período e é visível na entrega diária.
O ponta-de lança brasileiro está há dois anos em Portugal, tendo começado no Condeixa. Curiosamente, no primeiro jogo da época, pela equipa secundária do União, já se destacara com... seis golos
Quais são os objetivos do União de Santarém para esta época?
-É ir o mais longe possível, jogo a jogo, tentar chegar ao quarto lugar. Pelo trabalho que temos vindo a fazer, acredito que ainda estão para vir muitas coisas boas. Em termos pessoais, gostava de chegar à Liga Bwin e poder jogar uma Champions.
Como se avalia como avançado?
-O meu ponto forte já vem do berço. A vontade, a determinação que há dentro de mim, é impressionante, mesmo que não esteja bem tecnicamente o que não vai faltar é garra, vou estar sempre à procura de acertar. Sou forte na grande área, no jogo aéreo, a fazer de pivô, na finalização e na velocidade. Jogo com o pé esquerdo e contra o Vitória de Setúbal, provei que faço golos de várias formas: de cabeça, pé direito, esquerdo e também de penálti.