Carlos Leal, atualmente a desempenhar funções de diretor desportivo do Arminia Bielefeld, acompanhou a subida de Julian Weigl ao plantel principal do 1860 Munique, clube onde o português trabalhava anteriormente. O médio alemão rumou no ano passado ao Benfica, a troco de 20 milhões de euros, mas nem sempre foi titular. O compatriota Luca Waldschmidt vive um momento idêntico na Luz.
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Luca Waldschmidt e Weigl fizeram rumaram a Portugal para representar o Benfica. Foram boas decisões desta dupla?
-São dois jogadores muito especiais, tendo em conta a posição em que jogam. Não encaixam em todas as equipas e penso que seja esse o problema no Benfica. Quando o Benfica vai buscar o Weigl por um preço alto, a expectativa é muito alta, é de que seja um médio que recupere as bolas todas, que marque golos e faça assistências. Mas o Weigl não é esse jogador. É de uma precisão incrível no passe, não é rápido, não é finalizador, não tem aquele espírito guerreiro. Tem outros valores excecionais, mas é necessário ver se encaixa na equipa. O Waldschmidt é a mesma coisa, não encaixa bem no sistema. São jogadores que precisam de uma equipa homogénea, que esteja a funcionar bem. Crescem muito com a equipa se à volta estiver tudo a funcionar bem. Mas se não for assim, não vão ser eles as peças que vão fazer com que a equipa comece a funcionar bem.
Por norma, os jogadores alemães não optam pelo campeonato português. Pode ser uma mudança de paradigma?
-O preço de um jogador alemão para um grande em Portugal é alto. A solução nacional é sempre preferida pelo jogador alemão. Ou então Inglaterra, que é um mercado muito sexy. Então é preciso haver um caso onde a opção nacional seja menos favorável, em relação a optar por um clube português. O princípio de ir buscar jogadores jovens aqui pode ser um processo mais regular, como o V. Guimarães fez esta época. Há muitos alemães que vão para a Holanda e depois conseguem evoluir e dar o salto. E nesse cenário, acho mais provável, porque o alemão jovem quer ter o aliciante de estar num palco de I Liga, onde possa depois dar um salto para um campeonato maior. Mas lá está, isso só encaixa em clubes mais pequenos, não nos grandes de Portugal.
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