Sá Pinto devolveu a titularidade ao guarda-redes que perdera o lugar no início da época, após dois anos em cheio. A reconquista do lugar na baliza tem sido uma das notas mais significativas nos cónegos, situação que não é assim tão comum, como assinalou o ex-técnico de guarda-redes do Lille, Carlos Pires.
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Mateus Pasinato regressou à baliza do Moreirense. Titular nas primeiras seis jornadas, o guarda-redes foi rendido por Kewin nas treze seguintes, mas readquiriu, nas duas últimas, o estatuto com que começou a época. A opção técnica foi tomada por João Henriques, treinador que iniciou a temporada nos cónegos, e prosseguiu durante o curto reinado de Lito Vidigal e ainda nos primeiros três dos cinco jogos da era Sá Pinto.
Mas, a saída e regresso do habitual titular, embora longe de ser inédita, é pouco comum. Carlos Pires, que nas últimas três épocas foi treinador de guarda-redes do Lille, onde se sagrou campeão, além de passagens por Braga, Olympiacos (Grécia), Dalian Yifang (China) e Al-Fayha (Arábia Saudita) apresenta uma explicação assente na sua experiência.
"Não é uma situação muito comum, mas o guarda-redes que foi a primeira escolha terá tido uma fase menos boa, o que, a juntar à ausência de resultados, terá levado os técnicos a optar por outra solução. E como o substituto foi correspondendo, foi-se mantendo na baliza, inclusive com outros treinadores. Com o tempo, esta equipa técnica foi conhecendo melhor as qualidades e avaliando o momento dos dois guarda-redes e considerou que este lhe dá mais garantias", afirmou, sem deixar de acrescentar que Mateus Pasinato "é um grande guarda-redes."
Carlos Pires viu-se obrigado a recusar um convite para acompanhar Leonardo Jardim no Al Hilal, da Arábia Saudita, por ter contrato com o Lille na altura, e quer voltar a trabalhar. "Portugal é sempre uma possibilidade, assim como aqui, em França, mas a minha disponibilidade está aberta a qualquer país", enfatizou.
Mateus Pasinato chegou ao Moreirense em 2019/20, emprestado pelo XV de Piracicaba, do Brasil, e as suas exibições convincentes levaram o clube minhoto a acionar a cláusula (250 mil euros) para o manter nos seus quadros até 2023. Na época passada, voltou a ser indiscutível e só não jogou nas últimas quatro jornadas por ter fraturado o nariz.