O guarda-redes grego, uma das figuras das águias nos primeiros meses da época, aborda a O JOGO os "momentos baixos" e a conversa com Rui Vitória que tudo mudou.
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O Benfica ultrapassou momentos de crise com seis vitórias seguidas e voltou a acreditar no título. Vlachodimos espera conseguir convencer agora os adeptos para formar uma parceria que atire a águia para mais altos voos.
O Benfica está a quatro pontos do FC Porto. Vê o título ao alcance?
-Sim, claro que é possível chegar ao título. A época ainda tem muito por disputar, faltam muitos jogos. Mas não vamos pensar nessa desvantagem e em recuperá-la. Temos sim de pensar jogo a jogo, em vencer cada um. E no fim vamos ver em que situação nos encontramos.
Ficou surpreendido com as dúvidas em relação à continuidade de Rui Vitória? Esteve perto de ser despedido pelos maus resultados, mas acabou por continuar. Como encarou essa situação?
-Para nós era e é o nosso treinador. Não tivemos bons resultados, mas se olharmos para o que aconteceu depois disso... Começámos a ganhar, temos tido muito bons resultados e não temos sofrido golos, agora fazemos as coisas certas. O treinador sentou-se connosco, apontou os erros que tínhamos cometido e temos tentado reparar essas falhas.
Esta fase de vitórias mostra que o Benfica tem qualidade para disputar até final as várias competições?
-Penso que mostrámos isso desde o primeiro dia da época. Jogámos bom futebol, tivemos também já um momento mais baixo, mas agora melhorámos e temos de continuar assim.
Mas os adeptos não têm gostado muito das exibições e têm assobiado até a equipa. Tendo jogado na Grécia, como analisa estas críticas dos adeptos? É igual ou lá era ainda pior?
-É similar. Temos de ganhar os adeptos de volta com vitórias e com boas exibições. E penso que neste momento estamos no caminho certo. Espero que nos ajudem porque cada jogador dá o seu máximo por este clube.
Como encarou a nomeação para guarda-redes revelação da fase de grupos da Liga dos Campeões? Sentiu-se a estrela?
-Fico muito feliz. Foi graças a todos os jogadores, a equipa ajudou-me. Defendemos todos juntos, todos marcamos juntos. Penso que fizemos um grande trabalho na Liga dos Campeões. Saímos da competição por 30 segundos em dois jogos, em Amesterdão e em Lisboa com o Ajax. Com mais sorte podíamos ter passado. Estrela? Outros podem dizer isso, eu não o direi.
"Svilar e Varela? Em sintonia e a puxar uns pelos outros"
Vlachodimos chegou nesta temporada a um plantel que já contava com Svilar e Varela, que partilharam a titularidade em 2017/18. O grego pegou de estaca e só saiu da baliza até agora nos jogos das taças nacionais, nos quais Rui Vitória tem utilizado o belga. A concorrência é saudável, diz Vlachodimos: "São ambos muito bons guarda-redes. Temos um bom entendimento e uma boa sintonia. Todos nos ajudamos e em cada treino e cada jogo podemos sempre aprender mais qualquer coisa. Funcionamos bem, temos boa relação e tentamos puxar uns pelos outros em cada treino para sermos cada vez melhores".
"Oblak e Ederson? Não penso nisso"
Oblak e Ederson brilharam na baliza encarnada e valeram transferências de milhões, uma herança que não preocupa Vlachodimos.
Os guarda-redes Oblak e Ederson saíram do Benfica para clubes de topo. São exemplos a seguir ou é uma responsabilidade acrescida?
-Para mim, o futebol é o presente, vivo o dia a dia. Não penso no que aconteceu ou no que poderá acontecer daqui a um ou dois anos. A forma como penso o futebol é encarar o momento atual em que vivemos, pensar em cada treino e cada jogo, tento dar sempre o meu melhor, e é assim que quero continuar.
Foi o melhor jogador do Benfica diversas vezes. Esperava tanto trabalho?
-Sim [risos]. Esperas sempre nestes jogos, mas fico feliz por ter ajudado a equipa nestes jogos. Tento sempre dar o melhor, a equipa ajuda-me também. As pessoas podem não ver quando fazes um corte que salva um golo, mas isso também é importante para mim.
"O futebol é o presente, não penso no que aconteceu ou pode acontecer daqui a um ou dois anos"
Esperava afirmar-se logo?
-Estou muito feliz em Portugal e no Benfica, é um clube fantástico. Como jogador, queremos sempre jogar, mas não podemos fazer mais do que dar o nosso melhor. Cabe ao treinador decidir. Para mim, é importante dar 100%.
Já lhe valeu a seleção...
-Sim, estou muito feliz por já ser internacional. Foi uma boa sensação até pelos meus pais e avós.
Foi para a seleção com Samaris. Falou com ele sobre a sua situação?
-Vejo-o bem. Uns jogam, outros não, futebol é isto.