Treinador do FC Porto fez a antevisão ao jogo frente ao Casa Pia, da ronda 12 do campeonato e agendado para as 20h45 de segunda-feira, no Dragão
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Vítor Bruno fez este domingo a antevisão ao jogo frente ao Casa Pia e foi questionado por O JOGO se o recente mau momento da equipa se deve apenas a erros individuais, com o foco no aspeto defensivo da equipa.
"Não podemos nunca dissociar um momento com a bola de um momento sem bola. E perceber que, se fizermos um olhar retrospetivo para aquilo que foi o início da época, nós jogávamos muitas vezes com o Namaso, que era quase um quarto elemento do meio-campo e, se calhar, estávamos mais protegidos quando perdíamos a bola. Agora estamos a jogar de maneira diferente, o Samu tem um perfil diferente, pede outras coisas à equipa, pede para ser alimentado de outra forma. E isso obriga-nos a algo... Não é tempo. Eu sei que o tempo não existe, as pessoas também estão fartas de ouvir falar de tempo, das dores de crescimento, eu sei disso tudo. Não podemos escamotear aquilo que é a realidade. Uma equipa que tem muitos elementos novos obriga a criar uma série de procedimentos que não nos permitem ignorar determinados momentos do jogo", afirmou.
"Tudo aquilo que é feito com a bola requer da nossa parte algum cuidado. E se nós olharmos para estes dois últimos jogos, por exemplo, percebemos que temos os adversários criaram muito pouco contra nós. Em Moreira de Cónegos fazem um golo no lance de cruzamento, a equipa está bem posicionada, depois fazem um golo de um penálti quase caído do céu. Agora na Bélgica, fazem golos também por alguns erros individuais. Tiveram um lance em que podem fazer golo na segunda parte num cruzamento em que não acompanhamos uma infiltração de segunda linha. Esse é o único lance. Estamos a falar de dois jogos. E isso permite-me perceber que os jogadores estão a querer fazer as coisas bem feitas. Agora, se vamos ser implacáveis naquilo que é o erro e condenar e ficar refém daquilo que vai acontecendo, não, porque eu não sou assim. Sou muito otimista, gosto de olhar para a equipa no sentido de perceber aquilo que ela me vai dando, dos sinais que me vai transmitindo também em treino. Tudo aquilo que eu tenho recebido tem sido muito bom da parte dos jogadores, a aceitação, o investimento diário que temos que ter perante aquilo que é o nosso modelo de jogo, aquilo que queremos criar aqui. Agora, não é de um dia para o outro, requer algum tempo. O tempo aqui não existe, eu digo sempre isto. Amanhã vamos ter que olhar para o jogo com alguma, não é cautela, mas vamos perceber quais são os perigos que o adversário nos oferece, que é um adversário perigoso, mas querendo ir muito para aquilo que é nosso, tendo cuidado com as transições e bolas paradas, mas olhar muito para aquilo que é o contexto geral do jogo. Tudo o que é organização defensiva, a mim, sinceramente, nesta fase, não me preocupa assim tanto, porque eu sinto a equipa capaz", completou.