Vítor Bruno: "Rodrigo Mora vai chegar a um patamar alto a nível europeu"

Martim Fernandes está uns passos à frente dos outros? Ou estão todos no mesmo patamar? "Obviamente que uns estão num patamar de maturidade diferente dos outros, mas isso faz parte do ciclo natural deles e daquilo que foi a vivência mais recente. O Martim teve a possibilidade de se juntar o grupo numa fase importante da época para nós, ano passado, investimos um terceiro lugar e depois a final da Taça de Portugal, e ele deu-nos sempre respostas muito boas em treino. Depois, a forma como ele responde ao primeiro jogo aqui dele em casa com o Sporting é de alguém que já está claramente preparado para aquilo que é o desafio no momento no futebol profissional, é este nível de exigência. Os outros meninos têm que dar os seus passos. Não tenho receio nenhum de ficar refém daquilo que digo, os meninos têm muito talento. Aquilo que me preocupa é eles perceberem que o talento pode ajudar a ganhar jogos, mas aquilo que é o trabalho tem que andar de mãos altas para poderem construir uma carreira, isso é aquilo que nós falamos diariamente com eles, que estimulamos para que eles percebam que não chega-se a ter talento e muitas vezes relativizarem aquilo que é o elogio demasiado fácil que recebem, fruto daquilo que os circunda e que os pode levar para um caminho que não é mais indicado. Aquilo que nós queremos da parte deles é que se atirem de forma convicta e desafiadora àquilo que nós lançamos enquanto equipa técnica. Eles também têm-se integrado muito bem, têm-se ajudado também com os colegas." 

Sobre Rodrigo Mora: "Não gosto de antecipar e lançar cenários futuros para ninguém, mas o Mora tem muito para ser, desde que perceba que o futebol é mais do que aquilo que Deus lhe deu, que é o talento inato, quando ele perceber isso ele vai rapidamente chegar a um patamar que, desconfio, é um patamar alto a nível europeu. Mas atenção, com os passos dados no tempo certo e bem alavancado em tudo o que tem de ser princípios e normas de trabalho e sobretudo de ética de trabalho. Não é que ele não tem, ele tem e sente-se a preocupação dele em corresponder cada vez mais àquilo que lhe é elegido do ponto de vista tático, de entrega ao jogo e de compromisso com a equipa. Quando o compromisso estiver lá, o talento está lá, tem tudo para correr bem, é importante que ele perceba isso." 

Tendo em conta que o Sporting não mudou nada em relação à época passada, pode ser melhor para preparar o jogo? "O Sporting vai continuar a ser uma equipa forte, porque está muito bem liderada, tem uma equipa técnica muito competente e tudo aquilo que eles têm feito não é obra do acaso, é sinónimo de muito trabalho, de muita qualidade no trabalho que é feito. Perspetivamos uma época difícil. Há Sporting, Benfica, Braga, todos eles a um nível alto e que vão exigir de nós muito daquilo que é o nosso melhor fato. Em relação ao jogo da Supertaça, eles durante a pré-época também apresentaram algumas nuances a defender, linhas de quatro, linhas de cinco, a construir também às vezes com uma ou outra nuance, com médios abaixarem para a construção. Tem ali uma série de nuances bem trabalhadas. Quanto a nós, percebo que muitas vezes é que os adeptos até possam ficar ávidos de ver uma cara nova a chegar, que há sempre essa curiosidade de ver quem pode aportar também qualidade. Eu, sinceramente, por aquilo que tenho visto, com chuva, com sol, com vento, sem vento, aquilo que é capacidade de trabalhar, a forma como eles inundam todos os dias o equipamento de suor...para mim, a melhor contratação de verão é o treino. Eles têm sido fenomenais na forma como têm tentado levar a treino e a jogo tudo aquilo que é trabalhado. Isso deixa-me tranquilo. Temos que analisar muito o que aconteceu aqui, porque há coisas que vamos ter que ajustar para o jogo de sábado, seguramente."