Vítor Bruno: "O nosso trabalho diário é que tem de ser o nosso futebol champanhe"
Declarações de Vítor Bruno, treinador do FC Porto, após a goleada aplicada ao Aves SAD, 5-0, na nona jornada da I Liga
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Análise e o futebol champanhe: “A base do sucesso tem muito a ver com o facto de não termos em nenhum momento especulado com o jogo. Atacámos o jogo logo desde o início, muito sérios, a respeitar muito o adversário. Antes do primeiro golo, recordo-me que temos duas ou três ocasiões logo para abrir o marcador, logo cedo. Fazemos o primeiro golo, a equipa não se cansa de ir à procura do segundo, do terceiro, sempre muito ambiciosa. Isso é aquilo que nós tentamos requerer deles no nosso trabalho diário. Esse é o nosso maior investimento que nós fazemos, é procurarmos que eles sejam sempre sérios e que nunca deixem adormecer o jogo. Na segunda parte, com o resultado já desnivelado, gerimos um pouco mais do que devíamos. A mensagem no balneário não foi essa. Com as alterações, também há sempre uma necessidade de ajustar alguns posicionamentos e a equipa adaptar-se a quem entra de novo, que tem perfis diferentes. Ainda assim, fazemos mais um golo, mantemos mais uma vez a baliza a zero e isso deixa-nos muito satisfeitos. Evitámos muito aquilo que eram transições do adversário, que era algo que também nos preocupava de certa maneira. A equipa foi muito adulta, muito séria e estou muito satisfeito com os jogadores. Não passa de um jogo, o futebol champanhe é o nosso trabalho diário. O nosso trabalho diário é que tem de ser o nosso futebol champanhe. De alto nível. Alto nível naquilo que é o compromisso. Sobretudo isso. Os jogadores nunca se cansarem de ter o anel do dedo e esse anel tem de andar sempre, permanentemente, connosco. Enquanto isso acontecer, eu fico descansado. Nem sempre o futebol jogado é o melhor, mas estamos a dar passos seguros. Com o tempo vamos conseguir aperfeiçoar tudo aquilo em que temos espaço ainda para crescer.”
Galeno no banco: “Com Galeno ou sem Galeno depende muito do perfil de cada jogador. O Pepê é diferente do Galeno, com ele podemos pedir coisas diferentes à equipa. O Danny [Namaso] também posicionou-se num espaço que permitiu ao Pepê, muitas vezes, estar aberto no corredor. Tentámos agredir, muitas vezes, aquilo que era a última linha do adversário com dois homens mais disputados na frente. Disputados, mas que têm mobilidade e conseguem também tirar referenciais aos centrais adversários. Uma questão de opção apenas. Não tem a ver com o próximo jogo ser daqui a dois dias. Obviamente que agora teremos de tomar decisões sensatas e perceber de que forma os jogadores estão completamente disponíveis para o jogo de quinta-feira. Porque estamos a falar de jogar ao terceiro dia. E jogar o terceiro dia já implica alguma capacidade da nossa parte de perceber que decisões é que temos de tomar em relação ao estado físico dos jogadores. Não correndo riscos, olhando para o jogo com total seriedade. Uma competição na qual queremos muito chegar longe, perante um adversário que já a ganhou, não devemos esquecer, já tem a sua marca na prova e que vem num passado recente forte. Com três jogos na Liga sem sofrer golos, vem de três vitórias consecutivas. Temos que estar muito sérios também no jogo de quinta-feira para tentar transportar este estado de... Não tem a ver com a vitória, mas este estado de competitividade permanente, de busca incessante por aquilo que tem de ser a perfeição. Sabendo nós que nunca estamos a roçar a perfeição, há sempre espaço para poder crescer aqui ou ali, a atacar, a defender. Esse equilíbrio nós procuramos sempre. E só se consegue com trabalho diário. Temos amanhã e quarta-feira para trabalhar muito em cima do jogo de quinta-feira. Eventualmente quinta-feira de manhã, para poder atacar o jogo da maneira, sempre com um sentido de responsabilidade muito grande numa competição onde queremos chegar longe.”