Treinador chegou por volta das 08h30. Atrás seguia uma viatura descaracterizada e outra com a identificação da SPDE
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Vítor Bruno apresentou-se esta segunda-feira no Olival para iniciar a preparação do encontro em casa do Anderlecht, da quinta ronda da fase de liga da Liga Europa. O treinador entrou nas instalações por volta das 08h30, seguido por uma viatura descaracterizada e outra com a identificação da SPDE (segurança privada).
Sobre este último ponto, de recordar que André Villas-Boas revelou, na Assembleia geral de sábado, que foi oferecida proteção pessoal ao treinador depois do desaire no clássico da Luz (4-1). "Cheguei ao Porto às 4 horas da manhã, estive online ao telefone devido aos incidentes nos quais o nosso treinador esteve envolvido com alguns adeptos do FC Porto, que pontapearam a sua viatura à saída do Centro de Treinos e Formação Desportiva do Olival. Foi oferecida proteção pessoal em casa, pelo nosso prestador de serviços que utilizámos no Estádio do Dragão, e foi dessa forma que arregacei as mangas em prol do FC Porto", disse aos sócios.
Os dragões vivem uma fase muito delicada, com a terceira derrota seguida, em Moreira de Cónegos (2-1), que ditou o afastamento da Taça de Portugal e soltou a revolta dos adeptos. Petardos, apupos, recados e pedidos de demissão de Vítor Bruno obrigaram André Villas-Boas a dirigir-se à multidão que esperou pela chegada equipa ao Dragão. Acompanhado de Jorge Costa, de elementos da SAD e com a polícia por perto para evitar que a tensão escalasse, o presidente inteirou-se das queixas dos portistas, que retiveram o grupo de trabalho no estádio quase duas horas após o encontro com o Moreirense.
As manifestações de desagrado, contudo, começaram ainda em Moreira de Cónegos. Aí, foi Vítor Bruno quem esteve na linha da frente, numa tentativa infrutífera de proteger a equipa. Depois de o treinador ter abandonado o local, jogadores como Fábio Vieira, Diogo Costa, Eustáquio e outros continuaram a ouvir os contestatários, tendo Samu, Pepê e Zé Pedro sido apanhados pelas câmaras de televisão em lágrimas. Isto, já depois de os “Super Dragões” terem exibido uma mensagem eloquente quando o Moreirense deu a volta ao resultado. “Esta é a nossa condição: raça, luta, união. Honrar o Porto é a nossa tradição”, podia ler-se nas tarjas daquela claque.