Declarações de Vítor Bruno, treinador do FC Porto, aos meios de comunicação oficiais do clube, na antevisão à Supertaça
Corpo do artigo
Como sente a equipa? “Sinto a equipa bem, positiva, com energia, com vínculo permanente e com contágio, um contágio que é promovido diariamente. Acredito muito que o sucesso das organizações passa muito por isso, por sinergias, por vínculos, por associações, por laços que se vão criando e por elos cada vez mais fortes. Isso percebe-se aqui dentro. A equipa está forte, unida e muito comprometida com o trabalho. Naturalmente, a equipa está ansiosa por começar a competir de forma oficial, mas vamos estar preparados para aquilo que acontecer no sábado.”
Pré-época: “No FC Porto, temos a tendência de olhar muito para aquilo que são os resultados e menos para aquilo que é o processo. A nossa tarefa é precisamente a contrária, é olhar para aquilo que está a ser construído e de que forma está a ser feito, por isso percebemos que ainda há coisas a melhorar. Estamos numa fase ainda muito precoce da época, temos quatro semanas e meia de trabalho, mas há um conhecimento mútuo que ajuda a passar muitas mensagens e ideias associadas à nossa forma de liderar. É uma pré-época bem conseguida, com muitas coisas positivas e com muita gente a mostrar-se a um nível alto. Agora é fazer acontecer aquilo que trabalhámos durante quatro semanas e meia num jogo só de 90 minutos que queremos muito ganhar. Sabemos o grau de dificuldade que este jogo encerra, mas a equipa está preparada, está motivada, está com muita sede de ganhar e está viciada na vitória. Isso tem que ser aquilo que nos alimenta todos os dias aqui no Olival.”
Internacionais chegaram mais tarde: “Para ser honesto, eles não integraram o jogo de apresentação pois o procedimento que tivemos com eles foi o mesmo que tivemos no primeiro dia de trabalho. O primeiro momento competitivo foi ao sexto dia de trabalho e o sexto dia de trabalho deles coincidiu com o trabalho que fizemos com a equipa B. No fundo, seguimos a mesma lógica. Dentro daquilo que é possível, estão preparados, uns mais do que outros, pois alguns regressaram das seleções com as métricas abaixo daquilo que era expectável. Temos de ter a capacidade de aferir até que ponto estão preparados para um jogo de alta rotação, seja para 10, 30 ou 90 minutos, mas temos ainda dois dias para vermos como eles estarão. De qualquer forma, queremos apresentar a nossa melhor cara, que é aquilo que nos interessa.”
Muita qualidade no plantel: “São aquelas boas dores de cabeça que todos os treinadores gostam de ter. A partir do momento em que sabemos que há essa qualidade ao dispor do clube, ficamos tranquilos, pois sabemos aquilo que eles podem aportar. O ouro da casa é o ouro da casa, há aqui muito talento, mas um pouco embrionário ainda. Estamos a tentar fazer crescer estes jovens diariamente e eles também têm sido muito recetivos na aceitação da mensagem. Percebe-se que há uma intencionalidade grande em corresponder às expetativas criadas, mas é importante que eles percebam que o caminho faz-se caminhando, que é preciso dar passos seguros e consistentes. Vamos estar aqui para conduzi-los e para defendê-los sempre que necessário. Desde que estejam comprometidos, da nossa parte vão ter sempre total reciprocidade. Quando eles derem, vamos devolver na mesma moeda. Enquanto tiverem o compromisso que têm com o trabalho, vão ter o espaço deles aqui. Há uma lógica de meritocracia, não é nenhum teste a ninguém. Há aqui muito talento, mas o talento tem de andar de mãos dadas com aquilo que é o compromisso total com o trabalho.”
Importância dos adeptos: “Os adeptos sabem que são decisivos naquilo que é o sucesso do clube. Aquilo que espero e que sei que vai acontecer é que, a partir do momento em vejam espelhados dentro do campo os valores e desígnios que defendem, de paixão, caráter, atitude, compromisso, humildade, de gente que se bate com os adversários com ambição, eles vão devolver tudo isso a partir da bancada. Nós, muitas vezes, iremos à boleia deles. Queremos que este casamento seja perfeito, que os adeptos se revejam em nós naquilo que somos enquanto equipa. Numa lógica de reciprocidade, aquilo que eles derem, nós vamos devolver, e vice-versa. Queremos que o jogo de sábado seja o ponto de partida para uma época bonita.”