Vítor Bruno: "FC Porto beneficiado por não ter jogado contra o Nacional? A fadiga dissipa-se..."
Vítor Bruno, treinador do FC Porto, fez esta segunda-feira a antevisão ao jogo com o Sporting, que conta para as meias-finais da Taça da Liga e tem início marcado para as 19h45 de amanhã
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Que expectativas tem para o terceiro clássico com o Sporting esta época? "A expectativa é a mesma de sempre num clube como o FC Porto. Uma competição que é um objetivo da época, que queremos muitos ganhar, num momento em que a equipa está num bom momento. Agora, gosto sempre que a equipa seja desconfiada do momento, não embarcar em demasia no que tem sido conseguido recentemente e olhar com respeito e humildade para um adversário que é forte, que já defrontamos este ano em circunstâncias diferentes, com um treinador diferente, mas que vai exigir estarmos num nível muito alto. É um objetivo da época, um jogo a eliminar e queremos muito estar na final."
Que Sporting é este com Rui Borges? "A nossa base de análise foi o jogo com o Benfica, em Guimarães e mesmo o nosso jogo em Guimarães quando o Rui Borges estava no Vitória. Há muitas similitudes, muitos desenhos que se consegue encontrar numa equipa e noutra. Mesmo no Sporting do João Pereira e do Rúben Amorim, há muitas configurações que estão lá e que se mantêm muito idênticos. Depois, dinâmicas e posicionamentos diferentes dentro de uma estrutura que me parece muito similar. Procurámos antecipar os diferentes cenários, mas tudo o que vimos no jogo com o Benfica e o Vitória não houve grande diferença de comportamentos. Depois houve mais golos sofridos num, noutro não tanto, teve momentos em que o Sporting esteve por cima no jogo, por baixo nos outros. Mas faz parte do nosso trabalho olhar para o Sporting, como é que o Rui [Borges] olha para as suas equipas no passado e perceber que não há muita diferença no que tentou construir num passado recente e o que está a tentar levar para o Sporting. Por isso, esperamos um Sporting igual ao que é a imagem do seu treinador, tendo em conta o seu passado recente."
Qual é a importância de poder contar com Iván Marcano? "O Marcano já está connosco há algum tempo. A treinar, não sempre com total aptidão no que é o conteúdo do treino na totalidade, mas tem-nos acompanhado, tem estado em estágio, é uma voz muito importante para nós, muito influente no balneário, alguém que acrescenta sempre valor nas intervenções que tem, que é muito ouvido ali dentro. Por isso, para nós é sempre bom tê-lo por perto, estando agora já clinicamente apto a poder dar o contributo sem qualquer reserva."
O FC Porto sai beneficiado a nível físico por não ter jogado na última jornada? "Sinceramente, não me parece. Estamos a jogar apenas ao quarto dia. Se fosse ao terceiro, aí poderia haver alguma vantagem da nossa parte. Mas depois isto é muito levado para o lado emocional, são jogos com um cariz muito próprio. Estamos a falar de um clássico, em que as equipas fazem emergir os níveis competitivos para alta escala e tudo o que é eventual fadiga, acumulada ou não, acaba por se dissipar pelo contexto do jogo. Tivemos apenas 15 minutos no relógio, mas, se calhar, desses só jogamos seis ou sete. Depois, tudo o que é viagens, a angústia de vir ou não, perceber se apanhámos o voo de regresso, mais a viagem para cá, chegar aqui tarde… Tudo isso também acaba por não ser simpático para nós e não queríamos que acontecesse. Infelizmente aconteceu, tocou-nos a nós, mas, sinceramente, não há nenhuma vantagem da nossa parte ou do Sporting, porque estamos a jogar ao quarto dia. Em 96 horas torna-se perfeitamente possível recuperar os jogadores."