Excertos da entrevista de Vítor Baía, administrador e vice-presidente do FC Porto, ao Porto Canal
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Os títulos internacionais: "Vivi mais a Taça UEFA. Quem nasce no FC Porto... Vibrei com a conquista de 1987, fui ao aeroporto quase dentro da pista à espera do avião. Tinha 15 anos. Depois fui para baixa. E sonhei, tenho de vivenciar uma coisa destas, de poder ganhar uma competição internacional do meu clube. Quando surgiu a Taça UEFA não imaginávamos que a cereja no topo do bolo estava para chegar. Aquele era o nosso momento, os últimos cinco minutos do prolongamento com o Celtic foram os mais longos da nossa vida, um turbilhão de ideias. Não podíamos falhar, era o nosso momento de ficar na história. Claro que a Champions é Champions e só nos demos conta do feito passado uns anos."
A Taça Intercontinental: "Eu quase a desfalecer, no hospital, com taquicardia e eu a falar com eles ao telefone a dar os parabéns e eles a dizerem que eu estava era todo... aquela palavra."
Fundação Baía e quantas crianças ajuda: "Ui, para já a minha Fundação é a melhor defesa da minha vida, é algo que não se explica, é algo que sai de dentro. Já ajudei mais de 500 mil crianças de Norte a Sul do país, de variadas formas. Nós identificamos carências e depois vamos atrás de soluções. Não temos o nosso objeto social, andamos a tentar, mas a Segurança Social demora imenso a responder. Algum dia vamos conseguir. Ajudamos instituições, hospitais, todos aqueles que nos fazem chegar pedidos de ajuda. Tem 17 anos a fundação."
A última época: "Felizmente tive a possibilidade de, no meu ótimo ano, criar condições para que o Helton pudesse jogar de uma forma tranquila, sem uma pressão exagerada do colega de baliza. Fiz tudo o que poderia e mais alguma coisa para que o Helton pudesse jogar e jogar bem, e comecei a planear o meu final de carreira. Estava a jogar e já estava matriculado na faculdade."
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90 por cento dos miúdos não terminam a formação académica: "O principal está em casa, a família. Vejo isso como administrador do FC Porto. Os pais transmitem aos miúdos uma pressão incrível, estou a falar alguns. Criam demasiadas expetativas, quase uma obrigatoriedade de serem jogadores. A gestão de expetativas é fundamental. É na escola que os pais devem incidir e não na pressão ao treinador e aos miúdos. Eu digo aos pais, os miúdos não precisam de ter empresários. Há um momento em que sim, mas não nessa fase da vida deles. Alguns acabam por ser parceiros, outros só complicam. Temos de tudo e nós também temos de fazer essa gestão. Se for tudo bem utilizado, excelente. Estamos na era digital e acho bem usar essas ferramentas, o problema é o exagero, como em tudo na vida. "
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