As oportunidades têm rodado no meio-campo e Vítor Ferreira foi o último a chegar à titularidade. Mas a espera não o perturbou, ao ponto de estar agora em vantagem em relação à concorrência direta
Corpo do artigo
Foi o último dos médios a receber uma oportunidade a titular no FC Porto e está a mostrar que a espera em nada o atrapalhou: Vitinha exibiu-se a um nível muito completo frente ao Paços de Ferreira e reforçou os argumentos a seu favor, numa disputa animada a meio-campo.
Médio fixou um máximo de ações com bola em toda a Liga, foi exímio no passe e ativo na recuperação com o Paços
Nas dez partidas já realizadas, Matheus Uribe alinhou de início em nove e teve quatro companheiros de posição: Bruno Costa, Marko Grujic, Sérgio Oliveira e Vitinha, este numa fase mais recente.
Afirmar que Vítor Ferreira encheu o campo neste último encontro torna-se mais fácil de sustentar quando chamou a si o jogo de uma forma tão evidente: foram 125 ações com bola, segundo os dados do portal "Wyscout". É normal que os jogadores daquela zona do terreno tenham muito contacto com o esférico, mas este número representa um máximo entre os médios dos dragões - curiosamente, Uribe também fixou o seu recorde, chegou às 100. Mas como não é só a quantidade que importa, Vitinha roçou a perfeição no passe, com 94% de eficácia e em linha com o que vinha fazendo, sobretudo desde que se estreou a titular, com o Moreirense. Em média, acerta 91% das entregas para o último terço, numa eficácia que, na Liga Bwin, só é ligeiramente superada (92%) por João Mário, do Benfica. Sem se esconder no indispensável contributo defensivo (oito interceções e dez recuperações de bola), a Vitinha falta-lhe o golo, mas até isso procurou mais do que nunca frente ao Paços, com quatro disparos.
Depois de um defeso em que o futuro esteve incerto, Vitinha procura os melhores argumentos para esta espécie de segunda vida no FC Porto e já superou os minutos de utilização de 2019/20 (298-336). As oportunidades vão rodando e, para já, é o momento de Vitinha.
Vida mais difícil para Bruno Costa
Desde cedo se percebeu que a concorrência iria ser intensa no meio-campo e Bruno Costa, titular nos cinco primeiros jogos, tem perdido espaço: não voltou a jogar depois de ter sido substituído frente ao Sporting, na primeira parte, face ao risco de ver o segundo cartão amarelo.
Já Grujic, que entrou na época lesionado, foi titular com o Atlético, mas ainda só leva dez minutos na liga. Nada que não se possa inverter ao longo da época. Conceição já mostrou várias vezes que qualquer jogador pode saltar da bancada para o onze (e vice-versa) em qualquer desafio.