Rodrigo Cavaleiro, da Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto, comenta a violência no futebol português.
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Os episódios de violência entre adeptos, no dérbi de domingo entre o Sporting e o Benfica (2-2), mereceu um comentário reprovativo da parte de Rodrigo Cavaleiro, da Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto.
"Temos um problema e não é de hoje. Já vem de há muito tempo", afirmou Cavaleiro na 2.ª Conferência Bola Branca, no Auditório da Rádio Renascença, em Lisboa.
Num painel que contou ainda com Duarte Gomes (membro do Conselho Nacional do Desporto) e com Sampaio e Nora (presidente da Associação Portuguesa de Direito Desportivo), Rodrigo Cavaleiro lembrou que a fiscalização deste tipo de comportamentos é cada vez maior e que "há cerca de 350 pessoas impedidas de entrar em recintos desportivos". "E a tendência é para aumentar", acrescentou.
A propósito da violência no futebol português, Duarte Gomes, antigo árbitro, assinalou que "os árbitros são o patinho feio desde que há futebol moderno", mas que, em todo o caso, esse fenómeno "tem crescido muito". No seu entender, "as punições são lentas, fora de prazo e desfasadas da realidade", sendo o processo ilegal inócuo e "quase que um convite à repetição".
Sampaio e Nora também concordou com esta ideia, salientando que "as punições não são muitas vezes as mais adequadas". "As pessoas não acreditam na justiça", disse, corroborado depois, até de forma mais veemente, por Duarte Gomes: "O Desporto em termos de ética é uma vergonha, nomeadamente quando se fala de futebol. Há um deixa andar inacreditável. Não há coragem e firmeza para se mudar o estado de coisas."
Sampaio e Nora defendeu depois penas pesadas para agressores: "Quem agride um árbitro tem que ter sanções que sejam verdadeiramente dissuasoras. Não só para eles próprios, mas também para todos os que eventualmente equacionem, no futuro, ter um momento de irracionalidade."
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