Decorreu este sábado o segundo "Conversas à Moda do Porto", na sede de campanha de André Villas-Boas, que teve como tema os clássicos com o Benfica. Personalidades do hóquei, basquetebol, natação, andebol e futebol estiveram entre os convidados
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Todas as grandes equipas têm um grande rival: "O que foi demonstrado aqui é um sentido de exigência e um grande espírito de motivação que nasce dentro de nós relativamente a este rival. Todas as grandes equipas precisam de um grande rival. O Benfica é o nosso grande rival, tal como o Barcelona é o grande rival do Real Madrid. Tal como o Marselha é o grande rival do PSG, e por aí fora. Este rival motiva-nos e nós temos uma obrigação de nos transcendermos para conseguir ambicionar tudo aquilo que queremos. Portanto, de certa forma, também agradecemos ter este grande rival que nos motiva a transcendermos e a procurar a vitória sempre. Nós aqui, de certa forma, repassamos o passado. Tantas e boas conquistas de azul e branco. Muitas conquistadas de por estes senhores, títulos nacionais e internacionais, com grande amor ao FC Porto. Falta aqui uma parte que é a vivência dos sócios e por isso e vou contar das minhas histórias de sócio, umas mais dignas, outras mais indignas."
Adepto vestido à Benfica nas Antas: "Uma das minhas grandes indignações, foi uma vez no Estádio das Antas quando, ao intervalo, havia aquele espetáculo de rematar às balizas. Tinha que se rematar à baliza do centro do meio-campo para um painel que estava desenhado e os adeptos eram convidados a acertar. E ao intervalo, aparece um adepto vestido à Benfica. Foi a primeira e a última vez que isso aconteceu. Eu, às vezes, não fecho muito bem a porta, e apanhei esse sujeito e dei-lhe talvez o maior arranque da minha vida por ele ter aparecido de camisola vermelha, para marcar aquele penálti, num jogo que não tinha nada a ver com um FC Porto-Benfica."
5-0 no Estádio da Luz: "Depois eu tive a felicidade de me sentar nos 5-0, no Estádio da Luz, com o António Oliveira. Nessa altura eu preparava-me para ser treinador. Estudava equipas por esse país fora e ver na Luz, a Supertaça, com o António Oliveira foi um momento que me motivou na minha carreira. E que me levou a exigir, naquele ano de 2011, o 6-0.Porque eu tinha vivido o 5-0 e queria muito o recorde para mim e dizia aos jogadores, quando o Hulk marcou o ultimo golo, para continuarem a insistir."
Vantagens e desvantagens: "Essas são as vantagens e desvantagens do sócio, adepto e treinador do FC Porto, que muitos de nós sofremos na pele. Que trazem muitas responsabilidades e que nos fazem pagar um preço muito elevado, às nossas famílias, aos nossos amigos, por viver esse sentimento de forma excessiva. Principalmente, quando o vivemos enquanto sócio, enquanto jogador – eu não, não dava dois toques na bola seguidos – mas depois como treinador. É com sentido de grande responsabilidade e que nos leva à transcendência, motivo pelo qual eu quero assumir essa responsabilidade enquanto presidente e poder sempre corresponder às vossas expectativas."