Presidente do FC Porto aborda a nova temporada no editorial da revista Dragões, centrado no falecimento de Jorge Costa
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A morte de Jorge Costa é o tema do editorial de André Villas-Boas na mais recente edição da revista Dragões. O presidente do FC Porto lamentou as recentes perdas e lançou um olhar sobre o futuro, agora com Francesco Farioli no comando técnico.
"Os últimos meses têm-nos colocado à prova. Sofremos enormes perdas, por todas sofremos, como hoje estamos a sofrer com o desaparecimento de Jorge Costa. Lembro, com particular destaque, os nomes de Jorge Nuno Pinto da Costa, o Presidente dos Presidentes, de Artur Jorge, o treinador que nos deu a primeira Taça dos Campeões, dos irmãos Diogo Jota e André Silva, dois jovens que tanto nos deram, mas ainda com tanto para nos dar. Cumpre-nos responder a estas agruras, que tanto nos ferem, mas não nos derrotam, com o ânimo reforçado de devolver a estes Homens o muito que nos deram e valorizar o seu legado. Deixaram-nos, mas as suas vidas serão eternamente celebradas, em cada uma das camisolas azuis e brancas que entrarem em campo", pode ler-se.
Villas-Boas vê a nova temporada como "um passo a ser dado com firmeza". "O início de cada época é sempre um período em que a nossa ambição e esperança são postas à prova com uma motivação suplementar. A época de 2025/2026 é mais um passo a ser dado com firmeza, cumprindo uma estratégia exigente, delineada com rigor rumo às vitórias. A necessidade de reorganização foi encarada por esta direção como uma oportunidade de modernizar processos, qualificar estruturas e imprimir uma nova dinâmica a um projeto desportivo desgastado e que tardou a reencontrar o rumo das vitórias. A chegada de Francesco Farioli, que traz consigo uma visão moderna e esclarecida do treino, dos processos e do jogo, não representa apenas uma aposta inovadora, mas também a afirmação do investimento num modelo que valoriza sem concessões o desenvolvimento do talento, a disciplina, o rigor do trabalho e o potencial de crescimento dos atletas e dos plantéis, pois esses são os traços que definem a nossa identidade vencedora. O nosso foco concentrou-se também na composição de um grupo de trabalho que se enquadra no projeto traçado e que possa evoluir, para abrir e dar seguimento a um novo ciclo de conquistas. Nós, portistas, temos noção de que os ciclos de vitórias se consolidam no trabalho de toda uma estrutura construída para criar todas as condições para que os nossos atletas possam colocar em campo todo o seu talento, qualidade, garra e alma de Dragão. Foi esta mentalidade que nos permitiu enfrentar o mercado com rigor para procurarmos não apenas valia técnica, mas profissionais cuja resiliência e ambição estejam alinhadas com os valores do clube. Fizemos escolhas dentro da nossa capacidade financeira, baseadas no potencial de integração e compromisso dos atletas com o clube. Criámos condições para que cada reforço compreenda e encarne o espírito portista, acrescentando valor ao grupo", vincou.
A terminar, o líder do clube azul e branco deixou um agradecimento aos jogadores que saíram e ainda uma palavra aos sócios. "Naturalmente saíram alguns atletas e colaboradores a quem deixamos, sem exceção, os nossos votos de maiores sucessos. Seremos sempre gratos por tudo o que foram para nós e por tudo o que deram a este clube. Quero dirigir uma palavra de gratidão e orgulho aos nossos sócios. Os lugares anuais no Estádio do Dragão esgotaram num tempo recorde, um feito inédito, e o número de novos sócios continua a aumentar. O vosso apoio exigente nas bancadas, os milhares de mensagens e gestos de apoio com que somos brindados são o que nos torna diferentes. O futuro constrói-se dia após dia, com trabalho constante, com orgulho na camisola, com respeito pela nossa História e com uma crença inabalável de que, juntos, seremos sempre fortes. Os mais fortes. Tu eras tudo isto, Jorge. Por ti, pelo FC Porto vamos lutar sempre. Contigo no coração celebraremos os próximos títulos. Viva o Futebol Clube do Porto!", rematou.