Villas-Boas fala de Cardoso Varela, João Brandão e explica saída de José Maia
Temas abordados pelo presidente do FC Porto numa entrevista a O JOGO/JN
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Como se posiciona o FC Porto em relação à polémica de Cardoso Varela?
-Houve um aliciamento ilícito ao atleta menor e às suas vontades. Uma criação fictícia de um posto de trabalho para o seu pai, feita na Croácia, de modo a levar o jogador para um clube amador. Neste momento, o FC Porto apenas pode proceder contra os atos ilícitos que ocorreram enquanto o atleta tinha 15 anos. Na FPF e na FIFA ganhámos todos os processos. Ou seja, foi negado ao clube amador croata a inscrição. É um processo muito parecido com o caso Mika Faye, jogador que o FC Porto esteve para contratar. Aos 16 anos, Cardoso Varela está em condições de dizer a toda a gente que o fez em consciência. A nós não nos parece. Tive o atleta sentado comigo várias vezes. Temos muitas provas do seu desejo de ficar no FC Porto, documentadas, escritas, em conversa e acreditamos que o desejo do jovem não foi cumprido. Ver o Quenda e o Mora e pensar que, neste momento, provavelmente, se esfumou a carreira do Cardoso Varela por conta de interesses de agentes e intermediários é lamentável. Tentei recuperar com esses intermediários o atleta, mas não me quiseram ouvir. Apelei a todas as instituições, à polícia, à Judiciária, às federações e à FIFA. Resta-nos apenas um processo contra o agente. Temos um dos jogadores mais talentosos com a sua carreira em risco. O Vítor Bruno, por exemplo, fez questão de falar com o Cardoso Varela, ia para a equipa principal, e como é óbvio, jamais qualquer tipo de jogador com este potencial de carreira iria transferir-se para um clube amador da 3.ª Divisão croata.
Admite que possa voltar?
-É praticamente impossível. Lutei muito e não posso negar que, a certo momento, pensei ter conseguido, quando chegámos à fala com o Cardoso Varela, já na Croácia. O que nos transmitiu foi preocupante. Noutras vezes desconfiámos que a pessoa que estivesse do outro lado fosse ele. Está totalmente perdido. No caso de ele ver esta entrevista, gostávamos muito de o ter de volta. Mas não queria que isso implicasse ter que chegar a acordo com as pessoas que estiveram na base disto. Isso seria uma vitória, mas uma derrota ao mesmo tempo.