Villas-Boas e o roubo das tarjas: "Se a segurança do Dragão não está garantida..."
Declarações de André Villas-Boas, que apresentou este domingo as cinco sócias que integram a lista candidata ao Conselho Superior do FC Porto
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Protesto das claques no Dragão após terem descoberto o roubo das tarjas: “O FC Porto, por decisão própria, decidiu não comunicar aos sócios quando as tarjas foram roubadas. Desconhece-se as razões pelas quais as fez, mas vem em linha com uma série de ações que a Direção do FC Porto está a tomar e que continua a não informar os sócios. Daí que, e em linha com o que vos disse ontem, a gente tenha colocado essa carta registada para que os associados tenham direito a ver esclarecidos uma série de negócios estruturantes relativamente à criação da Porto Comercial 2, à antecipação de receitas, à influência do fundo Quadrantiss na Direção do FC Porto... Tudo isto são questões que podem e devem ser esclarecidas e, neste caso do roubo das tarjas, acabou por acontecer pior, porque os sócios não foram informados, os líderes das claques, os representantes das claques não foram informados sobre o roubo das tarjas e, no movimento das claques, o roubo de uma tarja é um roubo sagrado. Daí que a constatação desta realidade foi omitida e as claques acabaram por reagir daquela maneira ostensiva. Gostava também de referir o seguinte: também sou doador de bens ao museu, muitos adeptos são, muitos sócios são, estão lá as taças históricas do FC Porto, portanto, há que apurar responsabilidades relativamente à segurança do museu, há que apurar responsabilidades relativamente à segurança do Estádio do Dragão. O Estádio do Dragão é o palco escolhido pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral para o próximo voto eleitoral e, se a segurança do Estádio do Dragão não está garantida, como é que iremos ter transparência e segurança de voto no dia 27 de abril? Portanto, isto são tudo questões que ficam sempre por esclarecer, as pessoas escudam-se no silêncio e, quando soltam os comunicados, os sócios reagem veementemente, tal como foi ontem, num episódio que é lamentável e que facilmente poderia ter sido evitado se houvesse comunicação entre as partes”.
Ambiente do jogo ficou estragado: "Acabou por unir o resto das bancadas em torno do FC Porto, portanto, a vitória acabou por traduzir-se, o treinador também referiu exatamente isso, as claques acabaram por decidir o seu protesto dessa forma, é lamentável, mas é fruto da não comunicação que teve a direção do FC Porto com os mesmos, um pouco em linha com a falta de comunicação que já vem demonstrando desde 13 de novembro e acho que os sócios e os adeptos, após terem visto a saída das claques, acabaram por animar o estádio, continuaram a apoiar a equipa e no final a vitória foi conseguida, que é o mais importante.”
Sendo as claques afetas à candidatura de Pinto da Costa, o apoio verificado pelos restantes adeptos no Dragão é um bom sinal para si? “Acho que são coisas que não têm de se misturar. O protesto das claques tem a ver com o roubo das tarjas, que lhes é comunicado duas semanas depois, e acho que não tem nada a ver com o ato eleitoral. O FC Porto tem que se unir em torno da sua equipa, em torno do seu símbolo, em torno do seu clube, que é o mais sagrado, e assim o fez, em substituição das claques, que tanto animam, às vezes, o ambiente no Estádio do Dragão. É um registo que nada tem a ver com o ato eleitoral, foi uma forma dos sócios apoiarem a sua equipa e acho que foi uma boa resposta. O que é de lamentar é todo o resto e a atuação da Direção, que continua a assistir impávida e serena, e sem comunicar com os seus sócios, como se nada fosse, e chutando para canto tudo o que é verdades que lhes custam".